Redação –
Um temporal de apenas 40 minutos provocou alagamentos, destruição de vias e deixou sete famílias desabrigadas em Caarapó, na manhã desta segunda-feira (1º). Segundo a Prefeitura, foram registrados 100 milímetros de chuva nesse curto intervalo, volume suficiente para arrancar trechos de asfalto, inundar comércios e transformar ruas em verdadeiros rios. Diante dos estragos, o município decretou situação de emergência.
A prefeita Maria de Lurdes (PL) acompanhou os trabalhos desde os primeiros minutos após o temporal e descreveu um cenário de caos.
“Teve asfalto que a chuva levou, estrada interditada, carro que tentou passar no meio da água e não conseguiu, sete famílias desalojadas e estragos em comércios”, relatou.
Famílias desabrigadas e casas vigiadas
Das sete famílias afetadas, quatro foram levadas para um hotel custeado pela administração municipal. “São 10 pessoas no hotel, com uma enfermeira junto, porque tem até idoso no meio”, explicou a prefeita.
Duas famílias preferiram ir para casas de parentes, enquanto uma se recusou a deixar a residência mesmo com o imóvel alagado.
Para evitar furtos nas áreas mais atingidas, o município contratou guardas noturnos para vigiar as casas desalojadas. Ainda segundo a prefeita, os moradores perderam quase tudo.
“Alimentos, móveis, colchões e roupas foram destruídos ou levados pela enxurrada”, afirmou.
Situação de emergência e reconstrução
Com o decreto de situação de emergência, a Prefeitura está autorizada a realizar gastos sem licitação para garantir ajuda imediata às famílias.
“Agora vamos ter legalidade para dar suporte. Vamos avaliar o que elas precisam, porque são muito necessitadas”, disse Maria de Lurdes, que também estuda comprar móveis e materiais para reconstrução das moradias.
Ela afirmou ter passado a madrugada acompanhando os bombeiros e equipes municipais. “Fiquei a noite toda na rua junto dos bombeiros. Agora vamos ver certinho tudo que precisará ser feito”, disse na manhã desta terça-feira (2).
‘Uma chuva muito forte’
A prefeita estava em um comércio localizado na parte alta da cidade quando o temporal começou.
“Foi uma chuva muito forte, sem trovão, sem nada. Eu estava no lugar mais alto e entrou água”, relatou.
“Não tem boca de lobo que vença esse volume.”
Vídeos gravados pela população mostram casas completamente inundadas, pessoas caminhando com água acima dos tornozelos e objetos sendo carregados pela correnteza — entre eles, o que parece ser um tanque de lavar roupas. Em outras imagens, automóveis, um caminhão e uma motocicleta aparecem ilhados, com a água chegando acima das calçadas. Um supermercado também foi invadido pela enxurrada.
O Corpo de Bombeiros atuou no resgate de pessoas presas em trechos alagados e avaliou pontos da cidade onde o asfalto foi destruído.
Previsão de mais chuva
A meteorologia prevê a continuidade de pancadas de chuva nos próximos dias, o que mantém o alerta para novos alagamentos e necessidade de monitoramento constante das áreas mais vulneráveis do município.
