O plantio da soja na temporada 2025/26 está acontecendo em um ritmo mais lento do que o observado no ciclo anterior. Pesquisadores do Cepea explicam que esse atraso está diretamente relacionado ao comportamento irregular das chuvas em várias regiões do país ao longo dos últimos três meses.
Chuvas irregulares afetam o andamento dos trabalhos
A falta de um padrão climático consistente tem sido o principal desafio. Em algumas regiões, a chuva veio em excesso, em outras, quase não apareceu, e isso tem impacto direto na preparação do solo e nas operações de campo.
Região Sul: excesso de chuva dificulta o acesso às lavouras
No Sul do Brasil, especialmente em áreas tradicionalmente produtoras, a umidade elevada tem dificultado a entrada de máquinas e trabalhadores nas propriedades. Com o solo encharcado, o risco de compactação e de danos às lavouras aumenta, tornando o avanço da semeadura mais lento do que o esperado.
Centro-Oeste e Matopiba: falta de umidade compromete o plantio
Enquanto o Sul lida com excesso de água, o cenário é bem diferente no Centro-Oeste e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Nessas regiões, a distribuição irregular das chuvas deixou o solo mais seco do que o ideal, limitando a implantação da cultura.
Segundo colaboradores do Cepea, em muitos pontos a umidade simplesmente não foi suficiente para garantir boas condições de germinação das sementes.
Melhora recente das chuvas não elimina incertezas
Apesar de o Centro-Oeste e o Matopiba terem recebido volumes maiores de chuva na última semana, e de o Sul ter registrado uma diminuição nos acumulados — especialmente no Paraná —, o clima ainda inspira cautela.
Produtores e analistas relatam que o potencial produtivo da safra 2025/26 continua incerto, sobretudo porque o plantio tardio pode afetar o desenvolvimento inicial das plantas.
Semeadura segue atrasada em comparação ao ano passado
Dados divulgados pela Conab mostram que, até 22 de novembro, 78% da área nacional destinada à soja haviam sido semeados. O índice é inferior ao do mesmo período de 2024, quando o Brasil já havia alcançado 83,3% da área plantada.
Essa diferença reforça o quanto o clima variável tem impactado o ritmo da temporada atual.
(Informações capitalist)

