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Ex-deputado de MS tem CPF usado em mais 3,6 mil de consultas irregulares

O ex-deputado federal por Mato Grosso do Sul, Loester Carlos Gomes de Souza, conhecido como “Trutis”, teve seu CPF usado indevidamente 3.689 vezes em apenas cinco dias para consultas na plataforma federal de inteligência Córtex, conforme auditoria realizada pelo Ministério da Justiça.

Segundo reportagem do Campo Grande News, as consultas aparecem registradas como se tivessem sido feitas por ele, mas Trutis nega qualquer relação com o sistema. “Meu CPF foi usado irregularmente e isso gera preocupação. Não conheço o Córtex e nunca fiz pesquisa em nenhum sistema de inteligência”, afirmou à Folha de São Paulo.

A auditoria identificou que 69,2 milhões de CPFs foram usados como “autores” de 213 milhões de consultas dentro da plataforma, número que corresponde a um terço da população brasileira. O volume indica fortes indícios de automação das pesquisas e uso de documentos de terceiros para driblar mecanismos de bloqueio, permitindo consultas em massa sem rastreabilidade real.

As investigações apontam que duas chaves de acesso vinculadas ao Governo do Rio de Janeiro — uma da Polícia Militar e outra da Secretaria de Governo — estão sob suspeita. Para acessar o sistema, é necessário informar o próprio CPF após o login, o que teria permitido o uso de documentos de terceiros, como o do ex-deputado sul-mato-grossense.

O Ministério da Justiça e a Polícia Federal apuram possíveis crimes de inserção de dados falsos, violação de sigilo funcional e invasão de dispositivo informático. Uma das preocupações é o uso político das informações, já que quase 80 mil CPFs de Pessoas Politicamente Expostas (PEPs) foram empregados para realizar cerca de 100 mil consultas.

Entre os documentos usados irregularmente também aparece o do delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, que igualmente negou qualquer vínculo com a plataforma.

O caso reacende o debate sobre vigilância, privacidade e transparência no uso do Córtex, sistema criado no governo Bolsonaro e expandido nos anos seguintes, que reúne bases de monitoramento de pessoas e veículos e registrou mais de 3 milhões de alertas em 2023. (M.E)

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