O STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano), acusado por motoristas de agir em conluio com empresários do transporte, busca integrar o Conselho Gestor do Fundo de Mobilidade Urbana em Campo Grande. O órgão será responsável por administrar e fiscalizar recursos destinados ao Consórcio Guaicurus, provenientes de multas de trânsito, estacionamentos regulamentados e outras fontes públicas.
O presidente da Câmara Municipal, Epaminondas Vicente Neto (Papy – PSDB), se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do sindicato, incluindo o líder Demétrio Ferreira de Freitas. A agenda foi articulada pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), que apresentou solicitação formal para a participação da entidade no conselho.
Segundo a assessoria da Câmara, Papy pretende deliberar sobre a criação de um fundo de garantias para o Consórcio Guaicurus, medida discutida em reunião de urgência após a paralisação relâmpago de motoristas em 22 de outubro, quando funcionários cruzaram os braços por duas horas devido ao descumprimento de acordo salarial.
Investigação do MPT
O Ministério Público do Trabalho (MPT-MS) abriu investigação contra o Consórcio Guaicurus por suposta prática de locaute, após denúncias de que a empresa e o sindicato teriam forçado a greve para pressionar a Prefeitura a aumentar subsídios.
No dia seguinte à paralisação, o Jornal Midiamax revelou relatos de motoristas que apontavam articulação dos empresários do ônibus na greve. A prática é proibida e levou o MPT a instaurar procedimento preparatório.
Apesar disso, o vereador Maicon Nogueira (PP) informou que motoristas indicados para depor desistiram por medo de represálias, o que resultou no encerramento do caso. O documento do MPT cita reportagem do Midiamax intitulada “Extorsão velada: motoristas acusam Consórcio Guaicurus de forjar greves por mais verba”.
Por conter declarações de trabalhadores sobre possível conluio, o STTCU também foi incluído no rol de investigados. (M.E)
