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Médicos denunciam falta de medicamentos e superlotação nas UPAs de MS

Médicos da rede pública de Campo Grande relataram condições precárias de trabalho nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). De acordo com um profissional que preferiu não se identificar, houve redução no número de plantões, falta de medicamentos básicos e suspensão de exames essenciais, como troponina e creatinina, que não são realizados há semanas.

O médico denunciou também a diminuição no valor pago pelos plantões. “Saiu no Diogrande uma redução nos nossos eventuais e aos finais de semana, de 20% para 10%. Trabalhamos com equipes reduzidas por falta de contratação. E de presente? Corte de 10% no valor do plantão e 50% no Natal e Ano Novo”, afirmou.

Entre os medicamentos em falta, estão dexametasona, ibuprofeno, dipirona e antibióticos como a ceftriaxona. Uma agente de saúde também questionou a ausência de exames básicos no SUS (Sistema Único de Saúde) municipal e enviou uma lista de testes suspensos por falhas no laboratório, incluindo potássio, ureia, colesterol, TSH, PSA, vitamina D, HIV e hepatites, entre outros, conforme apurado pelo TopMídia News.

A médica denunciante destacou ainda a sobrecarga e a superlotação das unidades. Segundo ela, é comum iniciar o plantão com dezenas de pacientes em espera e equipes reduzidas. “Assumimos com 56 pacientes aguardando, fora os que ainda seriam classificados. São três ou quatro médicos para atender entre 200 e 300 pessoas por dia”, contou.

Com a alta demanda e a falta de estrutura, profissionais relatam ameaças e hostilidade por parte de pacientes insatisfeitos com a demora no atendimento. Há também falta de equipamentos básicos, como o eletrocardiograma, o que dificulta encaminhamentos e agrava a precariedade das condições de trabalho.

Atualmente, um plantão de 12 horas em dias úteis é pago a R$ 773,24, enquanto o noturno chega a R$ 850. “Um plantão deveria estar em R$ 2 mil, mas caiu de mil para 800”, disse o médico, criticando a gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) e afirmando que a administração só reage diante da exposição pública dos problemas.

A categoria reivindica reajuste salarial e melhores condições de trabalho nas unidades de saúde.

O que diz a prefeitura:
Em nota, a Sesau informou que realiza monitoramento constante da rede pública para garantir o fornecimento de medicamentos, insumos e manutenção de equipamentos. Segundo a pasta, eventuais falhas são acompanhadas e corrigidas pelas equipes técnicas. A Prefeitura destacou ainda a criação do Comitê Gestor da Saúde, que conduz uma reestruturação administrativa e operacional na Sesau, com revisão de contratos, reorganização de equipes e implantação de sistemas como o e-SUS Farmácia, para aprimorar a transparência e a eficiência da gestão. (M.E)

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