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Voo de Marçal, Kemp x Coronel, MT, Trad cresce, Contar de saída e ‘amigo de miliciano’

Juca Vinhedo –

FRASE

“O que realmente precisa acontecer é o presidente Bolsonaro dizer que não será candidato. Assim, ele poderá orientar a estratégia e definir qual nome terá apoio, dando força e unidade à direita.” (Senadora Tereza Cristina, em entrevista ao site Campo Grande News).

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“Vingança” sul-mato-grossense
A ex-primeira-dama Michele Bolsonaro protagonizou uma cena curiosa durante encontro do PL em Mato Grosso. Ao agradecer o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que ele havia recebido “65% dos votos aqui em Mato Grosso do Sul”. A plateia logo reagiu em coro, corrigindo: “Mato Grosso!”. Michele levou a confusão na esportiva e respondeu que cometeria o mesmo engano no Estado vizinho, “para vingar o Mato Grosso”.

Trio na contramão

Os deputados federais Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL) foram os únicos representantes de Mato Grosso do Sul a votar contra o reajuste salarial de 24% aos servidores do Poder Judiciário. A proposta, de autoria do Supremo Tribunal Federal, foi aprovada pela Câmara dos Deputados por 299 votos a favor e 199 contra. O aumento será aplicado em três parcelas anuais de 8%, a partir de julho de 2026.

Bancada dividida

Enquanto o trio bolsonarista votou contra o projeto, outros quatro deputados sul-mato-grossenses ajudaram a aprovar a medida: Camila Nascimento (PT), Beto Pereira (PSDB), Dagoberto Nogueira (PSDB) e Geraldo Resende (PSDB). O placar mostra mais uma divisão de posicionamento dentro da bancada de MS, especialmente em temas que envolvem impacto fiscal e funcionalismo público.

Próximos passos

Com a aprovação na Câmara, o projeto segue agora para análise do Senado Federal. Caso passe também pelos senadores, o texto dependerá da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para entrar em vigor. A proposta beneficia servidores efetivos e comissionados do Judiciário, e reacende o debate sobre a política de reajustes do serviço público em meio às restrições orçamentárias da União.

Riedel na frente

Pesquisa do Instituto Ipems divulgada nesta quarta-feira confirma o favoritismo do governador Eduardo Riedel (PP) para a disputa de 2026. Considerando apenas os votos válidos, Riedel aparece com 56,94% das intenções, percentual que garantiria a reeleição no primeiro turno. O levantamento foi encomendado pelo Correio do Estado e ouviu 1.720 eleitores em 54 cidades.

Trio que ameaça

Apesar da vantagem expressiva de Riedel, o cenário muda quando se observa o desempenho conjunto dos adversários Marcos Pollon (PL), Fábio Trad (PT) e Delcídio Amaral (PRD). Somados, eles atingem 43,06% dos votos válidos — a apenas sete pontos de forçar um segundo turno. O dado acende um alerta entre governistas e anima os opositores, que veem margem para crescimento.

Calcanhar de Aquiles

Os números mostram uma diferença sensível entre Capital e interior. Em Campo Grande, Riedel tem 49,05% dos votos válidos — abaixo do necessário para liquidar a fatura no primeiro turno. Já no interior, o governador dispara com 60,54%. A discrepância reforça a percepção de que a disputa no eixo urbano ainda está em aberto.

Trad cresce

Entre os adversários, Fábio Trad se destaca na Capital, com 22,2%, enquanto Pollon mantém base estável em todo o Estado e Delcídio Amaral demonstra resistência semelhante entre interior e Capital. O desempenho do trio indica que a corrida eleitoral começa a ganhar forma, com espaço para rearranjos e alianças nos próximos meses.

Em busca de legenda

De olho na disputa pelo Senado em 2026, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) intensifica conversas para definir um novo partido. Na próxima semana, ele deve se reunir com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o presidente estadual da sigla, o ex-governador Reinaldo Azambuja. Contar já abriu diálogo com outras legendas, entre elas Republicanos, PP e NOVO, mas ainda não anunciou o rumo partidário que pretende seguir.

Disputa por espaço

A eventual ida de Contar ao PL ou ao Republicanos tem provocado desconforto entre aliados do grupo liderado por Eduardo Riedel (PP), Tereza Cristina (PP) e Reinaldo Azambuja. O Republicanos é cotado para integrar o bloco governista, que já articula nomes como o próprio Reinaldo, o presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), o senador Nelsinho Trad (PSD) e Gianni Nogueira (PL) para a disputa ao Senado.

Sempre “causando”

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) voltou a protagonizar um embate acalorado na Câmara dos Deputados. Durante reunião da Comissão de Segurança Pública, o parlamentar sul-mato-grossense trocou acusações com os deputados do PSOL, Pastor Henrique Vieira e Talíria Petrone, em meio ao debate sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos. Defensor do governador fluminense Cláudio Castro (PL), Rodolfo acusou o presidente Lula (PT) de ser “conivente com o tráfico” e “amigo de traficante”, gerando forte reação dos colegas.

Acusações cruzadas

A discussão rapidamente ganhou tom pessoal. Os deputados do PSOL responderam chamando Rodolfo de “amigo de miliciano”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem o parlamentar é aliado e costuma se referir como “mito”. A troca de ofensas tomou conta da sessão, que precisou ser encerrada pelo presidente da comissão, Paulo Bilynskyj (PL-RJ), após nova rodada de provocações entre os dois lados.

Mais do mesmo

A confusão teve origem nas declarações de Rodolfo, que afirmou que Lula teria negado três pedidos de apoio do governador Cláudio Castro durante a operação no Rio. O Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa desmentiram a informação, explicando que o envio de blindados das Forças Armadas só poderia ocorrer em caso de intervenção formal na segurança pública do estado. O episódio expôs, mais uma vez, a polarização política em torno das ações policiais e do combate ao crime organizado no país.

Também na Assembleia

A sessão desta terça-feira (4) na Assembleia Legislativa foi marcada por um embate acalorado entre os deputados Pedro Kemp (PT) e Coronel David (PL). O motivo da discussão foi a Operação Contenção, ação policial realizada no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O tema, que já provoca repercussão nacional, reacendeu as divergências ideológicas entre esquerda e direita no plenário sul-mato-grossense.

Estratégia ou politicagem?

Kemp defendeu que o combate ao crime organizado deve ser feito “de forma responsável”, com planejamento e inteligência, e criticou o que chamou de “politicagem” de governadores de direita ao tratarem da operação. David reagiu dizendo que o petista estava “falando como em conversa de esquina” e que demonstrava “desconhecimento sobre segurança pública”. O bate-boca interrompeu a sessão e exigiu intervenção do presidente da Casa, Gerson Claro (PP).

Quem grita mais alto?

A tensão aumentou quando Zeca do PT saiu em defesa de Kemp, acusando David de “desaforo”. O coronel reagiu em tom elevado: “Aqui não tem essa de gritar mais alto não, senhor deputado Zeca do PT. Eu falo mais alto que o senhor também”. O clima seguiu tenso até o encerramento das falas, apesar das tentativas da Mesa Diretora de conter os ânimos.

“Bandidos” e “bandidões”

O confronto terminou com trocas de farpas que sintetizam a polarização política atual. “A esquerda gosta de bandido, a esquerda não gosta de polícia”, afirmou Coronel David. Kemp devolveu no mesmo tom: “A direita gosta do bandidão”, em referência aos grandes criminosos que atuam fora das favelas. A cena expôs, mais uma vez, como temas ligados à segurança pública seguem inflamando o debate político no Estado.

À espera de Bolsonaro

A senadora Tereza Cristina (PP) fez uma leitura direta sobre o impasse político da direita para 2026: falta uma definição de Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Campo Grande News, a parlamentar afirmou que o ex-presidente precisa declarar oficialmente se será ou não candidato, para então orientar a estratégia nacional do grupo. Tereza, que defende um nome eleitoralmente viável e reconhece que ainda há “falta de maturidade” dentro do campo conservador para chegar a um consenso.

Tabuleiro

Tereza Cristina reconhece que a disputa pelo Senado tende a ser das mais acirradas caso a ministra Simone Tebet (MDB) confirme candidatura. A senadora vê com preocupação uma possível fragmentação da direita, especialmente diante das movimentações de Capitão Contar e das negociações de partidos que orbitam o grupo governista. Tereza lembrou que o PT mantém base sólida no Estado e que a força eleitoral de Lula em 2022, com 40% dos votos, indica que qualquer divisão entre as forças conservadoras pode levar a uma disputa apertada em 2026.

De vento em popa

O prefeito Marçal Filho comemorou nas redes sociais, recentemente, o aumento da frequência de voos da LATAM entre Dourados e São Paulo. A partir do próximo ano, a companhia deve operar quase diariamente; de segunda a domingo, com exceção das quartas-feiras. Marçal destacou que o avanço é resultado da crescente demanda e das tratativas mantidas com outras companhias aéreas.

Aeroporto na vitrine

Desde que reabriu o aeroporto, Marçal Filho tem usado o tema como vitrine de gestão. Agora, com a confirmação dos voos quase diários da LATAM, o prefeito não perdeu tempo em celebrar o feito nas redes: “Seguimos juntos, cuidando com amor e construindo com trabalho”, escreveu.

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BASTIDORES DO PODER

O presidente que não tomou posse

A morte de Tancredo Neves, em abril de 1985, permanece como um dos episódios mais enigmáticos da política brasileira. Eleito pelo Congresso Nacional para ser o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura, Tancredo representava a esperança da transição democrática. Mas, na véspera da posse, foi internado às pressas em Brasília, com dores abdominais que o tirariam da cena política e o lançariam à história, sem jamais assumir o cargo.

O diagnóstico oficial falava em diverticulite, mas o caso clínico se transformou num drama nacional, cercado de improvisos médicos, contradições e versões desencontradas. O país acompanhou, entre boletins otimistas e silêncio hospitalar, a agonia do homem que simbolizava a volta da normalidade institucional. Nos bastidores, ministros, militares e assessores disputavam informações e tentavam preservar a imagem de serenidade enquanto o poder mudava de mãos.

A ausência de transparência alimentou as teorias que persistem até hoje: teria sido erro médico, negligência, ou até sabotagem política? Há quem sustente que Tancredo teria morrido antes da data oficial, e que a notícia foi retardada para garantir a posse tranquila de José Sarney. Outros falam em pressões de bastidores, medo de instabilidade e acordos para preservar a transição “lenta, segura e gradual”.

Quarenta anos depois, o episódio segue cercado de sombras. O que era para ser o ponto de virada democrática tornou-se símbolo da ambiguidade do poder no Brasil, onde nem sempre a história acontece sob a luz. Tancredo não chegou a governar, mas governou o imaginário nacional, como o presidente que o país teve sem ter.

Voo de Marçal, Kemp x Coronel, MT, Trad cresce, Contar de saída e 'amigo de miliciano'
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