Evaristo de Miranda –
Quem formou os primeiros técnicos em agricultura no Brasil? Desde o século XIX eles existiam, formados nas Escolas Agrícolas criadas por D. Pedro II. Durante o Segundo Reinado, o Imperador apoiou a instalação de escolas agrícolas, como parte de uma política de modernização e desenvolvimento do país, para aprimorar a produção agropecuária e eliminar o uso de mão de obra escrava. Seu dia nacional é 5 de novembro, data da regulamentação da profissão: Lei nº 5.524 de 1968. Pois é… demorou.
D. Pedro II criou várias escolas agrícolas como a Imperial Escola Agrícola da Bahia, inaugurada em 15 de fevereiro de 1877, a primeira do país; o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura (Rio de Janeiro); o Colégio Agrícola de São Pedro de Alcântara (Piauí), a Escola Rural D. Pedro II (Pará) e outras.
O Segundo Reinado criou escolas agrícolas, industriais e comerciais nas províncias. Elas faziam parte de um projeto estratégico de D. Pedro II: * qualificar a mão de obra rural, trazer imigrantes em acordos com as monarquias da Europa e Japão para novas regiões agrícolas, melhorar tecnicamente a produção agropecuária e, sobretudo, abolir a escravidão. Como parte dessas iniciativas, criou o Ministério da Agricultura em 1860 e o Instituto Agronômico de Campinas em 1887.*
O técnico agrícola é um profissional fundamental no agronegócio. Atua nas áreas de agricultura, pecuária, zootecnia, pesca, florestal e agrimensura. A primeira turma “moderna” de técnicos agrícolas formou-se em 1910, em Viamão, no Rio Grande do Sul. O Estado gaúcho é líder no país em proprietários rurais atendidos por técnicos agrícolas: mais de 420.000.
Técnicos agrícolas atuam como extensionistas, uma ponte entre pesquisa agropecuária, agrônomos, empresas de insumos, de máquinas e produtores rurais. Segundo a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural quase 10.000 técnicos agrícolas atuam em mais de 5.000 unidades de atendimento, 25% delas na região Sul. Ainda é enorme a carência de técnicos agrícolas no Semiárido e na Amazônia. Dado o crescimento constante do agronegócio brasileiro, a demanda por técnicos agrícolas é grande. Difícil ficar desempregado!
Cabe homenagear esses profissionais em 5 de novembro, lembrar da Monarquia e desse grande estadista, o Imperador D. Pedro II. Dia 2 de dezembro serão festejados 200 anos de seu nascimento. Foi o exemplo de um verdadeiro chefe de Estado, respeitado e admirado, aqui e no exterior. Se preocupava com as próximas gerações e não com as próximas eleições.


