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Quem é Doca: chefe do Comando Vermelho e comandante da ‘Tropa do Urso’

O principal alvo da megaoperação de terça-feira (28), no Rio de Janeiro, no Complexo da Penha conseguiu escapar. Com um perfil violento, Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca, ou “Urso”, é temido até por comparsas e possui uma longa ficha criminal e 26 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Respectivamente: Doca, BMW e Gardenal estão foragidos — Foto: Reprodução Fantástico
Respectivamente: Doca, BMW e Gardenal estão foragidos — Foto: Reprodução Fantástico

Quem é o Doca?

Edgar tem 55 anos e nasceu na cidade de Caiçara (PB).

Ele chegou ao Rio nos anos 90, onde entrou para o tráfico no Morro São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense. Impõe seu poder na comunidade à força, com extermínio e homicídio de desafetos e de moradores, impondo a Lei do Silêncio e sua sanha expansionista.

Foi preso pela polícia uma única vez: em 2007, no dia de seu aniversário, depois de mais de 11 horas de troca de tiros com a polícia na Vila Cruzeiro.

Nove anos depois, em 2016, Doca foi solto e voltou ao crime, recebendo do então chefe da facção, Elias Maluco, a tarefa de gerenciar um ponto de venda de drogas no Complexo da Penha.

Com a morte de Elias e de outros chefes em 2020, Doca chega ao posto mais alto do Complexo da Penha — área é considerada o coração do Comando Vermelho.

Doca registra 269 anotações criminais por tráfico de drogas, roubo, extorsão, corrupção de menores e organização criminosa. Segundo a polícia, ele cometeu dezenas de assassinatos. A Justiça já expediu 26 mandados de prisão contra ele.

As investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil apontam que Doca está abaixo apenas do número 1 da facção, o traficante Marcinho VP. Marcinho VP está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Estratégia em grupo

O criminoso monta uma estratégia de guerra para evitar ser capturado e conta com um exército do crime. Este grupo treinado é conhecido como a “Tropa do Urso”, que amplia o uso de barricadas nas áreas que domina, bloqueios que dificultam a entrada da polícia.

O bando também usa drones para vigiar pontos estratégicos, como se ouve na voz de um operador em material apresentado pelo Fantástico deste domingo (2) (veja acima).

O secretário da Polícia Militar, Marcelo Menezes, afirma que há um exército impedindo que rivais se aproximem desses grandes complexos que eles controlam. Explica que os criminosos dispõem de treinamento de ex-integrantes das Forças Armadas e de forças policiais, que oferecem táticas militares e táticas de guerrilha para que as ações se perpetuem.

Nomes conhecidos da “Tropa do Urso”:

  • O braço direito do chefe é Carlos Costa Neves, conhecido como “Gardenal“. Gardenal tem autorização para matar os rivais;
  • Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala“, cuida da parte operacional do grupo;
  • segurança de Doca é organizada por Washington César Braga da Silva, o “Grandão” ou “Síndico da Penha“;
  • Em um vídeo obtido pela polícia, Juan Breno Ramos, o “BMW“, ensina um adolescente a atirar, em um treinamento para novatos. Durante o treino, é possível ouvir: “Brabo! É isso menor!”.

A tropa de Doca aterroriza rivais e moradores da Penha. O grupo também teria sido responsável pelo ataque a uma delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em abril. Comparsas de Doca metralham o local para tentar resgatar um traficante do bando, mas o preso já estava em outra unidade da polícia.

Nos últimos anos, eles tomaram áreas historicamente dominadas por milícias, no chamado cinturão de Jacarepaguá, na Zona Oeste.

Em outubro de 2023, bandidos armados atacam um grupo de médicos em um quiosque na praia da Barra da Tijuca. As investigações apontam que os assassinos confundiram um dos médicos com o chefe de uma milícia. Três pessoas morreram baleadas. Segundo a polícia, Doca autorizou o ataque e, depois de saber do “erro” dos executores, mandou matá-los.

Além do tráfico de drogas, a facção cobra taxas de transporte, energia, água, internet e gás de cozinha dos moradores. Doca também implanta negócios dentro das comunidades, como um posto de combustível improvisado no Complexo da Penha.

A polícia do Rio diz que acompanhou a movimentação de Doca por pelo menos um ano até a operação de terça-feira. O governador do Rio, Cláudio Castro, afirma que a polícia sabia onde ele estava escondido, mas não conseguiu prendê-lo.

Doca, BMW e Gardenal estão foragidos. A reportagem completa sobre o chefe do Comando Vermelho foi exibida pelo fantastico.

(Informações G1)

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