Para o estudante Lucas Padrão Frazão Cruz, de 18 anos, o Rio de Janeiro parecia um cenário de guerra na segunda-feira, 28, por causa dos desdobramentos da Operação Contenção, conhecida como a mais letal da história da capital fluminense. Segundo ele, deixou sua residência por volta das 13h e, devido ao transtorno gerado no funcionamento da cidade e do transporte coletivo, só conseguiu refúgio às 20h30.
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“Eu saí da minha casa por volta das 13h, peguei o ônibus e, logo que desci da ponte, as empresas começaram a liberar os funcionários. Assim que cheguei na Lapa, fui pegar o metrô, mas ele lotou muito rápido”, disse ele, em entrevista ao Terra.
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“Durante o tempo em que eu estava no metrô, ele parou do nada. Muitas pessoas entraram em desespero, tendo crises de pânico e ansiedade. Quando o metrô voltou a andar e chegamos à Central do Brasil, parecia uma guerra — todo mundo se empurrando, se xingando e brigando para conseguir pegar o trem”, complementou.
Lucas, estudante
Foto: Arquivo pessoal
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Lucas relata que, em meio à confusão e ao medo, até tentou retornar para casa, mas não obteve sucesso. Diante disso, precisou buscar abrigo em outro lugar, já que algumas linhas estavam com a circulação prejudicada.
“Peguei o trem até Nova Iguaçu e, durante toda a viagem, parecia mesmo uma guerra — qualquer coisa era motivo para uma briga ou discussão. Por volta das 16h, me avisaram que os ônibus para São Gonçalo e Niterói não estavam mais circulando. Então mandei mensagem para o meu padrinho, que mora no Recreio dos Bandeirantes, perguntando se poderia passar a noite na casa dele. Ele deixou, mas até chegar aqui foi do mesmo jeito. Fui chegar na casa dele às 20h30.”
O que aconteceu?
Operação contra o Comando Vermelho (CV) foi realizada pela Polícia Civil, mas Polícia Militar está em prontidão, ou estágio 2.
Operação Contenção ocorreu na segunda-feira, 28, nos complexos do Alemão e da Penha, contra o Comando Vermelho (CV). De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a megaoperação — que envolveu todas as forças de segurança da cidade — resultou na morte de 64 pessoas, entre elas quatro policiais: dois civis e dois do Bope.
Além disso, segundo o governo do Rio de Janeiro, 81 suspeitos foram presos. Mais de 90 fuzis, rádios comunicadores e 200 kg de drogas foram apreendidos pelos agentes policiais.
(Informações TERRA)

 
 
 
 
                                     
