Edgar Alves de Andrade, de 55 anos, conhecido como “Doca” ou “Urso”, um dos líderes do Comando Vermelho (CV), é um dos principais alvos da megaoperação deflagrada na última terça-feira (28), no Rio de Janeiro. Até o momento, 60 suspeitos e quatro policiais foram mortos. No total, houve 81 presos durante a operação. Doca ainda segue foragido.
O Disque Denúncia chegou a oferecer recompensa de R$ 100 mil por informações que levem até o líder. Segundo o serviço, trata-se da maior recompensa da história do Disque Denúncia, ao lado dos mesmos R$ 100 mil, sem considerar a inflação, oferecidos por informações que levassem a Fernandinho Beira-Mar, em 2000.
Quem é Doca: traficante líder do Comando Vermelho
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, Doca é a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste do Rio, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou Doca e mais 66 pessoas pelo crime de associação para o tráfico. Três deles também foram denunciados por tortura. O Estadão não localizou a defesa de Doca.
O criminoso é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Havia 34 mandados de prisão em aberto contra o traficante, de acordo com dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).
Execuções de médicos no Rio de Janeiro: profissionais foram confundidos com milicianos
Doca é apontado como o mandante da execução de três médicos na zona sudoeste do Rio em outubro de 2023. As vítimas foram mortas por engano porque um deles foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.
Em maio deste ano, o MPRJ denunciou Doca e outros dois criminosos pelo ataque a uma delegacia em Duque de Caxias. Segundo as investigações, o criminoso teria ordenado a invasão à unidade, no dia 15 de fevereiro de 2025. Eles respondem por tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado, tortura e associação para o tráfico.
Os criminosos tentavam resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, preso horas antes da invasão por tráfico e associação para o tráfico, na Comunidade Vai Quem Quer. Armados com fuzis e granadas, os criminosos invadiram a delegacia, feriram dois agentes e torturaram um deles em busca de informações sobre o paradeiro de Rato, que já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia.
Doca nasceu na Paraíba e foi criado na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. Ele já esteve escondido no Morro do São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense.
(Informações RIC)

