Uma idosa de 79 anos foi resgatada de uma situação análoga à escravidão, após trabalhar por mais de cinco décadas para a mesma família, sem registro em carteira e sem acesso a direitos trabalhistas.
O resgate, realizado na primeira semana de outubro, foi coordenado por uma equipe de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF).
De acordo com o relatório da fiscalização, a idosa atuava como empregada doméstica e cuidava de uma senhora com mais de 100 anos de idade. Ela dormia no mesmo quarto da empregadora e não tinha folgas, caracterizando uma jornada contínua e exaustiva. A trabalhadora ainda fazia uso de medicação para arritmia cardíaca, o que agravava sua condição de vulnerabilidade.
A auditoria do MTE estimou em cerca de R$ 60 mil o valor das verbas rescisórias devidas à mulher e determinou o registro retroativo do vínculo de trabalho, além do recolhimento dos depósitos do FGTS.
Após o resgate, a idosa foi acolhida por familiares e passou a receber acompanhamento psicológico e social. O Ministério Público do Trabalho firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com os empregadores, que prevê a regularização das pendências trabalhistas e o pagamento de um salário vitalício à vítima.
A Polícia Federal segue investigando o caso. O caso ocorreu no bairro Padre Miguel, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Casos de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciados de forma anônima e segura pelo site do Ministério do Trabalho e Emprego ou pelo Disque 100.
