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Assessora da Câmara de Vereadores é exonerada após foto íntima vazar

Uma assessora da Câmara de Vereadores de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, foi exonerada após ter fotos íntimas divulgadas sem autorização. A identidade da mulher não foi revelada. Segundo o relato da vítima, um vereador e outros servidores estariam envolvidos na disseminação das imagens, que foram inicialmente enviadas a um assessor de outro gabinete, com quem ela mantinha uma relação de confiança.

Em entrevista à Ric RECORD, a assessora explicou como a imagem foi enviada.

“Estava em uma conversa meio quente ali, acabei mandando uma foto íntima minha. Ele mandou rápido: ‘Nossa, não vi nada’. Eu peguei, mandei de visualização única. E provavelmente, eu acredito, tinha uma pessoa do lado dele. Acho que já agiram na maldade mesmo. E fez a foto da foto”, disse.

Assessora da Câmara de Vereadores é exonerada: conteúdo foi enviado por WhatsApp
O conteúdo foi encaminhado por meio do WhatsApp, utilizando o recurso de visualização única, que impede o salvamento direto. No entanto, uma terceira pessoa teria feito uma foto da tela e repassado a imagem.

“E foram numa festa no interior. Nessa festa, tinha uma pessoa que trabalha na Câmara também. E viu a foto e falou: ‘Manda para mim’. A foto acabou tendo um repertório em Campo Magro de mais de 500 pessoas dentro da prefeitura”, relatou a vítima.

Um áudio obtido pela RIC RECORD mostra o assessor que recebeu a foto tentando se isentar de responsabilidade, alegando que um amigo teria copiado o conteúdo do celular dele.

“Eu não mandei pra ninguém essa foto, até ontem fui cobrar. Sabe o que aconteceu? Quem pegou e mandou a tua foto? Vou falar bem a verdade pra você, eu nem sabia que tenho um negócio aqui no meu celular, que ele salva foto. Quem pegou a foto foi […] ele pegou a foto do meu celular, tirou um print do meu celular… você sabe quem foi, né?”, afirmou o assessor, cuja identidade também não foi divulgada.

O caso repercutiu no município. A assessora foi exonerada poucos dias após o vazamento, enquanto o servidor que recebeu a foto permaneceu no cargo por cerca de um mês, sendo desligado apenas após a repercussão pública do caso.

A advogada da vítima, Danieli Biondo, destacou que a violência sexual não se restringe ao toque físico e defendeu uma resposta institucional da Câmara. “Uma mulher, para que ela seja violentada sexualmente, não precisa nem ser tocada. Basta que se aja com ela sem o seu consentimento. Imagino eu que a Comissão de Ética da Câmara precisa agir. Temos lá também a denúncia junto à Procuradoria da Mulher, que vai dar uma resposta institucional. A Câmara precisa tomar medidas para que hajam punições”, afirmou.

A mulher também relatou que um vereador teria exibido a imagem em diferentes gabinetes. “Falaram que essa pessoa saiu de gabinete em gabinete mostrando a foto, inclusive teve duas pessoas, assessoras de outros vereadores, que expulsaram ele do gabinete”, contou.

Investigação e medidas legais
A vítima registrou boletim de ocorrência e acionou o Ministério Público do Paraná (MPPR). Ela afirmou que busca justiça e também conscientização social.

“Não foi uma foto para causar uma demissão, exoneração. Não foi. Era um momento íntimo meu, não era dia de trabalho. Resultou na minha exoneração. O meu psicológico hoje ainda continua abalado, porque ainda recebo mensagem sobre a foto. Faz um mês já, mas continua”, disse.

O compartilhamento de imagens íntimas sem consentimento é crime previsto no Código Penal brasileiro e pode resultar em multa e pena de até cinco anos de prisão.

O Grupo Ric tentou contato com a Câmara de Vereadores de Campo Magro, mas não obteve resposta até a publicação.

(Informações RIC)

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