Desde 1968 - Ano 56

29.3 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioDouradosSimted se posiciona após plano de ataque em escola: 'Falta acolhimento e...

Simted se posiciona após plano de ataque em escola: ‘Falta acolhimento e respaldo aos educadores’

Juliel Batista –

Três adolescentes foram flagrados planejando um suposto ataque violento em uma escola indígena de Dourados. A ocorrência, registrada nesta semana, gerou grande preocupação na comunidade escolar e reacendeu o debate sobre a segurança no ambiente educacional.

Como informado aqui na Folha de Dourados, a Guarda Municipal foi acionada pela direção da Escola Municipal Indígena Francisco Meireles, após suspeitas envolvendo o comportamento dos alunos. A equipe da Ronda Escolar se deslocou até a unidade, onde encontrou os três adolescentes na sala da direção.

Durante a abordagem, os estudantes confessaram que planejavam cometer um ataque dentro da escola, tendo como alvo inicial uma professora de Geografia e, posteriormente, outros alunos. Eles relataram que a ideia teria surgido a partir de conteúdos consumidos na internet.

Na revista ao material dos adolescentes, os agentes encontraram armas brancas, toucas tipo ninja e roupas camufladas, reforçando a seriedade da ameaça. Os três foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil especializada para investigação e adoção das medidas cabíveis.

O caso segue sob apuração das autoridades, e a direção da escola tem colaborado com as investigações.

Nota do SIMTED: violência e adoecimento no ambiente escolar

O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados (SIMTED) se manifestou publicamente sobre o episódio, prestando solidariedade à comunidade escolar e ressaltando a preocupação com o aumento da violência nas escolas públicas.

“É preocupante o crescimento da violência no âmbito escolar no ensino público da educação básica na cidade de Dourados, assim como em todo o país”, destaca a entidade em nota.

O SIMTED também alertou para o adoecimento dos profissionais da educação, consequência da constante exposição a episódios de violência, pressão e falta de suporte emocional e institucional.

“A falta de acolhimento e respaldo para com os(as) profissionais da educação têm causado uma onda de adoecimento dos(as) trabalhadores(as), que cada vez mais precisam de cuidados relativos à saúde mental.”

Cobrança por políticas públicas estruturantes

O sindicato defende que o enfrentamento desse tipo de situação exige investimentos concretos na educação básica, especialmente em equipes multidisciplinares formadas por psicólogos, assistentes sociais e psicopedagogos.

“O principal caminho para que esse problema seja enfrentado é a cobrança da sociedade por maior financiamento da educação básica pública”, afirma o texto.

“O principal caminho para que esse problema seja enfrentado é a cobrança da sociedade por maior financiamento da educação básica pública”, afirma o texto.

O SIMTED também levantou preocupações em relação ao acesso de crianças e adolescentes a conteúdos violentos nas redes sociais, apontado como um dos fatores de influência no caso registrado.

“A luta da educação também é pela regulação das redes sociais para crianças e adolescentes, no intuito de evitar que nossos estudantes tenham acesso à conteúdos violentos e criminosos na internet.”

Ambiente seguro é pauta permanente da educação

Por fim, o SIMTED reforça que garantir a integridade física e emocional de quem atua nas escolas é essencial para uma educação pública de qualidade.

“Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para educadores e educadoras é uma pauta permanente da educação.”

Confira, na íntegra, a nota oficial do SIMTED:

O SIMTED Dourados vem a público prestar solidariedade aos profissionais em educação, alunos(as) e toda a comunidade escolar da Escola Municipal Indígena Francisco Meireles, em Dourados-MS, alvo de um plano de ataque violento.

É preocupante o crescimento da violência no âmbito escolar no ensino público da educação básica na cidade de Dourados, assim como em todo o país. Professores(as) e trabalhadores(as) administrativos convivem diariamente com situações que envolvem problemas sérios com crianças e adolescentes.

A falta de acolhimento e respaldo para com os(as) profissionais da educação têm causado uma onda de adoecimento dos(as) trabalhadores(as), que cada vez mais precisam de cuidados relativos à saúde mental.

Problemas socioeducativos têm tomado conta do ambiente escolar em detrimento do aproveitamento do tempo em sala de aula para o aprendizado e a valorização do ensino. Muitos desses problemas são oriundos desafios vividos pela infância no interior das famílias.

O principal caminho para que esse problema seja enfrentado é a cobrança da sociedade por maior financiamento da educação básica pública. Isso passa pela necessidade de investimentos também em equipes multidisciplinares que detenham formação e conhecimento, com apoio de assistentes sociais, psicólogos e psicopedagogos.

Nós educadores e educadoras sempre defendemos um modelo de sociedade que valoriza a vida e não as armas. A educação vê com preocupação o aumento da circulação de armas entre cidadãos, o que sempre leva ao aumento da violência, como nos casos crescentes de ataques em ambiente escolar.

A luta da educação também é pela regulação das redes sociais para crianças e adolescentes, no intuito de evitar que nossos estudantes tenham acesso à conteúdos violentos e criminosos na internet.

É preciso intensificar essas pautas como políticas de estado e encaminhamentos como esses que fomentem uma educação pública mais humana para gerar efeitos no contexto da segurança pública.

Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para educadores e educadoras é uma pauta permanente da educação.

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS