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Gleice Jane e Vander Loubet pedem a Camilo Santana criação de Instituto Federal em aldeia indígena

Juliel Batista –

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), esteve em Dourados na manhã desta terça-feira (30) para participar da solenidade de inauguração da nova sede da Reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). A cerimônia aconteceu às 10h30 no Campus Unidade II, localizado na Rodovia Dourados–Itahum (Km 12), e marca um momento simbólico para a instituição, que celebra 20 anos de criação em 2025.

Durante o evento, o ministro recebeu das mãos da deputada estadual Gleice Jane (PT) e do deputado federal Vander Loubet (PT) uma proposta formal para a criação de uma unidade do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) dentro da Reserva Indígena de Dourados – considerada a maior reserva indígena em zona urbana do país.

A proposta justifica a criação da unidade com base em critérios sociais, demográficos e educacionais. A reserva abriga mais de 24 mil indígenas das etnias Guarani Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena, distribuídos em cerca de 5.991 domicílios. O texto entregue ao ministro ressalta que a área, com aproximadamente 3.500 hectares, foi originalmente planejada para receber até 500 famílias.

“Com uma densidade demográfica de sete habitantes por hectare, não há como negar a situação de explosão demográfica no interior dessa Reserva, fato esse que lhe confere um verdadeiro regime de confinamento humano – causa precípua das condições de vulnerabilidade de parte substantiva de seus habitantes”, diz o documento.

Segundo os parlamentares, a construção de uma unidade do IFMS na reserva é uma demanda histórica da comunidade indígena e representa um passo decisivo para garantir o direito à educação profissional, científica e tecnológica com respeito às especificidades culturais.

“Trata-se de uma reivindicação legítima e urgente, que visa ampliar o acesso da juventude indígena à educação técnica de qualidade, contribuindo para a superação das desigualdades sociais e educacionais que afetam a população originária de Dourados”, afirmam Gleice Jane e Vander Loubet na justificativa da proposta.

“Trata-se de uma reivindicação legítima e urgente, que visa ampliar o acesso da juventude indígena à educação técnica de qualidade, contribuindo para a superação das desigualdades sociais e educacionais que afetam a população originária de Dourados”

O texto ainda menciona que, apesar de Dourados já contar com uma unidade do Instituto Federal, o porte populacional e a condição de cidade-polo regional tornam necessário o reforço da oferta educacional técnica, especialmente para populações vulnerabilizadas.

“A juventude indígena depende diretamente da cidade em busca de postos de trabalho e de um patamar mínimo de dignidade e cidadania. Todavia, neste mundo pós-moderno, só tem crescido a necessidade de qualificar a nossa juventude, tanto para o empreendedorismo próprio quanto para a ocupação de postos de trabalho, num mercado cada vez mais exigente e competitivo”, destaca o documento.

“A juventude indígena depende diretamente da cidade em busca de postos de trabalho e de um patamar mínimo de dignidade e cidadania.”

Além disso, a proposta está fundamentada em legislações nacionais e tratados internacionais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano Nacional de Educação e a Convenção nº 169 da OIT, que asseguram o direito dos povos indígenas à educação diferenciada, inclusiva e de qualidade, com respeito às suas identidades culturais.

Os parlamentares reforçaram, ainda, que o projeto dialoga com a missão institucional dos Institutos Federais:

“A presença de um IFMS dentro da Reserva Indígena de Dourados será um marco para a inclusão social, o fortalecimento das culturas originárias e a formação cidadã da juventude indígena, com acesso real à profissionalização.”

“IFMS dentro da Reserva Indígena de Dourados será um marco para a inclusão social, o fortalecimento das culturas originárias e a formação cidadã da juventude indígena, com acesso real à profissionalização.”

O ministro Camilo Santana ouviu atentamente a apresentação e se comprometeu a encaminhar a proposta à equipe técnica do MEC, sinalizando que a ampliação de unidades dos Institutos Federais nas regiões mais vulneráveis é uma prioridade do governo federal.

UFGD completa 20 anos em 2025

A UFGD, criada em 2005, é hoje considerada uma das universidades federais que mais cresceu no interior do país. A nova reitoria entregue nesta terça-feira representa um marco na consolidação da infraestrutura da instituição, que tem papel estratégico no desenvolvimento educacional, científico e social de Mato Grosso do Sul.

A solenidade contou com autoridades locais, gestores da universidade, representantes de movimentos sociais e membros da comunidade acadêmica, que celebraram os avanços da UFGD ao longo das duas últimas décadas.

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