No último sábado (13/09), o Projeto Olhos do Futuro participou do Mutirão no HU-UFGD — uma ação nacional promovida pela Rede Ebserh e pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de ampliar o acesso a atendimentos especializados no SUS.
“No mutirão, tivemos a oportunidade de chamar 70 alunos que foram encaminhados a partir da triagem realizada nas escolas, garantindo consultas oftalmológicas de qualidade. Tivemos a honra de contar com a colaboração da Dra. Cristina Teixeira, que dedicou seu tempo e cuidado a cada pequeno paciente”, afirmaram as coordenadoras.
Graças à parceria com a ótica QÓculos, o projeto também conseguiu disponibilizar óculos para as crianças que necessitavam, promovendo mais inclusão e bem-estar.
“Seguimos firmes no propósito de cuidar da saúde ocular das crianças de Dourados, fortalecendo a rede de atenção e transformando vidas!”
Como surgiu o projeto e qual é sua proposta?
O Projeto Olhos do Futuro foi idealizado pelas acadêmicas de Medicina Rafaela Candido e Mariana Antonia, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a partir da percepção das dificuldades que muitas crianças enfrentam para enxergar adequadamente — dificuldades muitas vezes ignoradas ou não levadas a sério.
O principal objetivo do projeto é promover a saúde ocular de crianças das escolas públicas de Dourados, por meio de triagens visuais realizadas em estudantes de 6 a 8 anos — faixa etária em que ainda é possível obter melhores resultados na correção de alterações visuais, com impactos positivos no desempenho escolar e no desenvolvimento social.
Além do rastreamento, a iniciativa busca levar acesso e equidade em saúde a um público historicamente negligenciado, assegurando diagnóstico precoce, acompanhamento adequado e inclusão.
As crianças que apresentam necessidade de atendimento especializado são encaminhadas para o Hospital Universitário da UFGD, onde recebem consulta gratuita com oftalmologistas voluntários.
Desde o início, o projeto conta com o apoio e orientação do professor Dr. Roosevelt Isaias Carvalho Souza, que abraçou a proposta das acadêmicas e tem sido fundamental no suporte científico e organizacional, fortalecendo o vínculo entre universidade e comunidade.
É a primeira vez que o projeto é desenvolvido na rede municipal de ensino?
Sim. O projeto teve início em maio de 2025 e, até o momento, já realizou a triagem visual de 346 crianças, das quais 127 apresentaram necessidade de intervenção médica.
Além disso, 25 crianças que estavam na fila de espera do SISREG, todas estudantes da rede municipal de ensino e com idade entre 6 e 8 anos, também foram incluídas no atendimento. Esses casos serão acompanhados diretamente pelo médico voluntário do projeto, ampliando o acesso e a resolutividade em saúde ocular.
A iniciativa se consolida como um trabalho intersetorial, envolvendo a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e a Secretaria Municipal de Saúde, unindo esforços para promover cuidado, inclusão e equidade.
Quem coordena o projeto e quem faz parte da equipe?
O Projeto Olhos do Futuro é coordenado pelo professor Dr. Roosevelt Isaias Carvalho Souza (coordenador docente) e pelas acadêmicas de Medicina Rafaela Candido e Mariana Antonia (coordenadoras discentes).
As triagens visuais nas escolas são realizadas por uma equipe de acadêmicos do curso de Medicina da UFGD, todos capacitados para aplicar os testes oftalmológicos.
Embora a equipe seja formada por profissionais e estudantes da área da saúde, o projeto também envolve o setor da educação, por meio da articulação com as escolas e com a Secretaria Municipal de Educação.
O projeto vai atender outras escolas e CEIMs? Qual o cronograma?
Sim. O cronograma do projeto prevê o atendimento a seis unidades de ensino até o final de 2025, priorizando escolas com alunos na faixa etária de 6 a 8 anos.
Uma visão de futuro com mais inclusão e oportunidades
O Projeto Olhos do Futuro nasceu com a missão de garantir que cada criança tenha a oportunidade de enxergar o mundo com clareza, desde a infância. Hoje, o projeto assegura a triagem e o encaminhamento para atendimento especializado, mas sabe-se que o cuidado não pode parar aí.
Muitas crianças identificadas com necessidade de correção visual não têm condições de adquirir óculos, o que compromete seu desenvolvimento escolar e social. Por isso, o projeto busca parcerias com instituições e apoiadores dispostos a tornar esse cuidado completo — garantindo não só o diagnóstico, mas também o acesso ao tratamento.
Mais do que promover saúde ocular, o projeto busca transformar a realidade de crianças em situação de vulnerabilidade, oferecendo equidade, inclusão e um futuro com mais oportunidades.
