Victor Teixeira (*) –
Os habitantes da Reserva Indígena de Dourados (RID) são atendidos conforme suas necessidades no que diz respeito a assistência social. Porém, a acessibilidade de recursos e conhecimentos para que os nativos desenvolvam atividades económicas se apresenta em um patamar que limita o alcance dos objetivos no caminho para os quais programas de assistência são só o primeiro passo.
Hoje mais de 8.400 moradores da Reserva, distribuídos em mais de 2.700 famílias, contam com os repasses do Programa Bolsa Família, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social (SRMAS) da Prefeitura de Dourados.. O Governo Federal, por meio da FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), a administração estadual, organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e projetos sociais como o Ânimo têm distribuído cestas básicas a famílias carentes.
Os responsáveis pela assistência social nessa área indígena mantêm a população informada a respeito dos benefícios que podem buscar para ter acesso a direitos elementares e sobre a necessidade de cumprimento das exigências estabelecidas para a inclusão nos programas, como a vacinação e escolarização de filhos menores e a confecção ou atualização de documentos pessoais. A demanda por esses serviços é muito grande ante o tanto que é investido neles e a falta de capacitações e incentivos para o trabalho impede um alívio nas dimensões em que essas ajudas são buscadas e em que a dependência delas se mantém.
O solo da RID é agricultável. Mas programas que oferecem fertilizantes, maquinários e capacitações para o desenvolvimento da agricultura não estão abertos para os indígenas. O descrito ambiente socioeconômico também sugere a relevância do estabelecimento de serviços de auxílio a iniciativas de empreendedorismo.
Os programas assistenciais são eficientes no amparo ante as necessidades básicas e imediatas inerentes a todo ser humano. Sua própria viabilidade e uma melhoria das condições de vida comunitárias a níveis ainda maiores que o básico acessível por meio destes podem ser asseguradas com uma inclusão dos indígenas na economia local e nacional alinhada às melhores tendências da atualidade.
(*) É acadêmico de Jornalismo e estagiário na Folha de Dourados