William Bonner vai se despedir do ‘Jornal Nacional’ na edição do dia 3 de novembro, data em que sua colega Renata Vasconcellos completará 11 anos na apresentação do telejornal.
O âncora, que fará 62 anos em novembro, já havia comentado não querer envelhecer trabalhando diariamente no telejornal, onde está desde 1996, e desejava aproveitar mais a vida.
“O meu sonho é ter uma atividade bacana, relevante, que não demande tanto de mim para que sobre para mim o quê? Uma coisa chamada tempo! Eu tenho dois filhos que moram fora do Brasil. Eu preciso de tempo”, disse no ‘Conversa com Bial’ em abril deste ano.
Ele passará a dividir o comando do ‘Globo Repórter’ com Sandra Annenberg. Gravará apenas um dia por semana.
Além de horas livres para si e a família, Bonner quer também paz. A escolha de parar antes da virada do ano indica a estratégia de não reviver a hostilidade experimentada nas últimas duas eleições à Presidência da República.
Ele se tornou alvo de extremistas da esquerda e da direita: sofreu ameaças de morte, foi intimidado ao tomar café numa padaria, teve dados de parentes usados em fraudes, viu seu pai e sua mãe (William Bonemer e Maria Luíza) serem insultados quando já estavam mortos, entre outras manifestações perversas.
“Eu ainda me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras, nas palavras mal escritas, nas palavras cuspidas. É um ódio tão intenso que a gente não sabe onde levará. E aí a gente vai para as ruas e assiste a esta mesma incivilidade”, afirmou.
A cobertura da corrida presidencial de 2026 será igualmente tensa com a rivalidade violenta entre lulistas e bolsonaristas.
Agora caberá a César Tralli, o novo apresentador do ‘Jornal Nacional’, liderar o time da Globo. Pela valiosa contribuição ao jornalismo, em defesa da democracia e pelo imensurável desgaste emocional, William Bonner merece descansar.
(Informações Redação Terra)