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‘Trama golpista’, ‘comunismo’, ‘Rei’ do PL, ‘canalhas’, ‘banda’ do Marçal e ‘debandada’ tucana

Da mesma forma que Putin é uma ameaça por causa de sua guerra na Ucrânia, em que tenta redesenhar fronteiras pela força, Trump é uma ameaça à soberania porque tenta desestabilizar governos.

(Alex Soros – presidente do conselho de administração da Open Society Foundations, entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”)

Juca Vinhedo –

Julgamento histórico

Nesta terça-feira (2 de setembro), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por participação no que ficou conhecido como “trama golpista”, acusados por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. São oito sessões espalhadas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro — um cronograma que mantém o país inteiro em alerta nos próximos dez dias.

Preparem a pipoca

O julgamento já é considerado um dos mais importantes da história recente do STF. Ao longo deste período, todo o Brasil estará acompanhando cada sessão, enquanto o Supremo enfrenta talvez o seu maior desafio institucional ao julgar um ex-presidente por atentado ao Estado Democrático de Direito.

Penas rigorosas ou humanitárias?

A denúncia envolve cinco crimes graves, incluindo tentativa de golpe, organização criminosa armada e abolição violenta da democracia, com penas que podem, em tese, somar até 46 anos de prisão. Porém, devido à idade e às condições de saúde de Bolsonaro, existe a possibilidade de que, caso condenado, ele cumpra prisão domiciliar ao invés de regime fechado.

Nem vermelha, nem americana

Volta e meia, se ouve o grito de guerra: “nossa bandeira nunca será vermelha!”. O detalhe é que, nos mesmos atos, geralmente tremulavam com orgulho as bandeiras dos Estados Unidos e de Israel, como se o patriotismo brasileiro precisasse de aval estrangeiro para ser válido. Seria ironia ou apenas contradição conveniente? Enquanto espalham medo com fantasmas de um comunismo que nunca chegou, exaltam símbolos que nada têm a ver com nossa história.

Será que aprende?

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aumentou de R$ 8 mil para R$ 12 mil o valor da indenização por danos morais que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) terá de pagar ao influenciador digital Felipe Neto. A decisão foi tomada pela 2ª Câmara de Direito Privado, de forma unânime, seguindo o voto da relatora, desembargadora Renata Machado Cotta.

É o modus operandi

O processo foi motivado pelo uso, sem autorização, do nome, voz e imagem de Felipe Neto em publicações de Nikolas Ferreira nas redes sociais. Segundo a desembargadora, o conteúdo veiculado tinha caráter reprovador, expôs o influenciador de forma negativa e buscava, ainda que indiretamente, obter proveito próprio. O valor da indenização foi considerado adequado para refletir a dimensão da exposição e as condições financeiras das partes.

Mudando de ninho

O ex-governador Reinaldo Azambuja oficializa sua filiação ao PL no próximo dia 12 de setembro, em Campo Grande. O ato contará com as presenças já confirmadas do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, e do senador Rogério Marinho. Também é aguardada a participação do governador de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), que tenta ajustar a agenda para estar presente.

Prefeitos no pacote

Com a chegada de Reinaldo, o PL ganhará 18 prefeitos, elevando sua base de cinco para 23 prefeitos em Mato Grosso do Sul. Entre os novos filiados estão Thalles Tomazelli (Itaquiraí), Juliano Ferro (Ivinhema), Josmail Rodrigues (Bonito), Rosária de Fátima (Mundo Novo), Guga (Jardim), Cido (Anastácio), Neco Pagliosa (Caracol) e outro Guga (Novo Horizonte do Sul).

Reconfiguração partidária

Mesmo com a debandada, o PSDB continuará sendo o partido com maior número de prefeitos, ainda que reduzido de 44 para 26 administrações. No entanto, a legenda poderá sofrer novas baixas, já que outros prefeitos estudam migrar para o PP, acompanhando o governador Eduardo Riedel. Já na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais Mara Caseiro e Zé Teixeira, ambos tucanos, devem seguir Reinaldo no PL, mas somente na janela partidária do próximo ano.

Reações críticas

A filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao PL, marcada para 12 de setembro, tem gerado reações negativas em setores do partido e entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em redes sociais, eleitores chegaram a classificar o ato como “palhaçada” e “patifaria”, ressaltando críticas à sua gestão e apontando resistência em apoiá-lo em futuras disputas eleitorais.

Insatisfação interna

Entre os filiados, surgiram manifestações de insatisfação, inclusive de pessoas cogitando cancelar a vinculação ao partido. Comentários em tom de rejeição chamaram a filiação de Azambuja de “piada” e ressaltaram o desconforto de bolsonaristas diante da chegada do ex-governador, lembrando ainda críticas à trajetória do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, condenado no escândalo do Mensalão.

Críticas públicas

A insatisfação não se limitou às redes sociais. Em agosto, durante o evento Reaja Brasil em Campo Grande, o deputado federal Marcos Pollon (PL) chegou a criticar duramente a entrega do comando partidário a Azambuja, chamando de “canalhas” os responsáveis pela decisão. Apesar do convite ter sido articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, as críticas refletem divisões internas quanto à filiação.

Tucano de plantão

Com a ida do ex-governador Reinaldo Azambuja para o PL, marcada para o próximo dia 12, o deputado federal Geraldo Resende, atual vice-presidente assume o comando do PSDB em Mato Grosso do Sul, permanecendo no comando pelo menos até outubro, quando o partido escolherá a diretoria para comandá-lo nas eleições de 2026.

De volta ao mapa

Após mais de três anos sem operações comerciais, o Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira volta a receber voos regulares. A Anac reclassificou o terminal para Categoria AP-1, liberando oficialmente as operações. É um passo histórico que recoloca Dourados no mapa da aviação nacional, garantindo mais conectividade e desenvolvimento para toda a região.

Latam decolando

A partir do próximo dia 8 de setembro, os douradenses voltam a embarcar diretamente para Guarulhos (SP) em voos operados pela Latam Airlines. Além de encurtar distâncias, a retomada representa uma conquista coletiva que mobilizou esforços locais e federais. Com terminal revitalizado e estrutura moderna, Dourados retoma em grande estilo sua presença na aviação comercial brasileira.

União de esforços

A retomada dos voos foi uma das principais pautas do deputado federal Geraldo Resende, após seu retorno a Brasília, em 2023, e também do prefeito Marçal Filho, que logo após a posse, assumiu a tarefa de trabalhar na superação de entraves, resultando numa série de melhorias estruturais e operacionais no aeroporto. Entre elas, destacam-se o videomonitoramento, a modernização do terminal de passageiros, a instalação do sistema PAPI de luzes nas cabeceiras e o convênio com o Corpo de Bombeiros, assegurando mais segurança, conforto e eficiência.

Retorno triunfal

Dourados voltou a sediar o Campeonato Estadual de Bandas e Fanfarras — um marco cultural ausente da cidade por mais de 25 anos. A cerimônia de abertura, realizada no Centro de Convenções Antônio Tonani em 30 de agosto, foi saudada com entusiasmo pelo prefeito Marçal Filho, que destacou a emoção de ressuscitar uma tradição que mobilizava famílias e emocionava gerações.

Cultura valorizada

A Prefeitura de Dourados, em parceria com a Febafams e apoio governamental de R$ 350 mil, garantiu estrutura e visibilidade ao evento, que reuniu 33 bandas de 29 municípios e mobilizou cerca de 1 800 participantes vindos em dezenas de ônibus. Para a secretária de Cultura, a ação representa o reconhecimento do potencial local e reforça o compromisso da administração com o acesso à arte, à formação cidadã e à valorização dos talentos douradenses.

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BASTIDORES DO PODER

Carnaval que virou história

Era 13 de fevereiro de 1994. No camarote da Sapucaí, o presidente Itamar Franco foi surpreendido por um clique que atravessaria a história. Ao seu lado, a modelo Lilian Ramos, então com 29 anos, celebrava o desfile, de vestido curto e sem roupas íntimas aparentes.

O flagrante virou manchete e escândalo: fotógrafos registraram a cena e, em poucas horas, o episódio tomou as redações e quase abalou a Presidência.

Lilian sustentou que não estava sem calcinha, mas sim usando um collant cor da pele. Ainda assim, foi alvo de ataques e decidiu deixar o Brasil algum tempo depois, recomeçando a vida em Roma.

Passados 25 anos, aos 55 anos, mantém um alto padrão de vida na Itália, visita a família no Brasil e continua lembrada como a mulher de um dos episódios mais inusitados da política nacional.

Itamar, por sua vez, resistiu ao vendaval. Concluiu o mandato, lançou o Plano Real e ainda emplacou seu então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso como sucessor.

O carnaval passou, a economia se estabilizou, mas a foto ficou: lembrança de que a política, às vezes, também samba ao som do inesperado.

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