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Geraldo Resende cobra ação imediata para evitar colapso em hospital da Missão Caiuá

Parlamentar lembra que na próxima quinta-feira (28), a Missão Caiuá – mantenedora do Hospital – completa 97 anos

O deputado federal Geraldo Resende está propondo uma ampla reunião com representantes do poder público e da sociedade civil para buscar soluções urgentes que garantam a continuidade dos atendimentos no Hospital e Maternidade Porta da Esperança, em Dourados.

A unidade, que atua pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é referência no acolhimento à população indígena, mas enfrenta uma crise financeira sem precedentes. A instituição mantenedora da unidade é a Missão Evangélica Caiuá, que o próximo dia 28 completa 97 anos de fundação.

“O SUS preconiza atendimento universal a todos os brasileiros, e a saúde é, portanto, um direito inalienável também dos povos indígenas”, pondera Geraldo Resende.

Na última terça-feira (20), uma reunião realizada na Igreja Indígena Presbiteriana Central, na Aldeia Jaguapiru, expôs a gravidade da situação. O presidente da Missão Evangélica Caiuá, Paulo César, e sua comissão relataram que o hospital acumula uma dívida de cerca de R$ 4 milhões, principalmente proveniente de empréstimos. Além disso, o contrato com o SUS se encerra no próximo dia 24 de setembro, aumentando a incerteza quanto ao futuro da instituição.

Outro ponto crítico é a interrupção de recursos que poderiam ter aliviado a crise. Um montante destinado à compra de novas camas para o hospital, por exemplo, permanece parado nos cofres da Prefeitura de Dourados há dois anos. A situação se agrava ainda mais com o fim do convênio com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que ocorreu 31 de dezembro de 2024, e com o crescimento das dívidas trabalhistas.

Atualmente, a conta de energia elétrica da unidade chega a R$ 17 mil mensais. A Missão Caiuá estuda alternativas para reduzir esse custo para cerca de R$ 2 mil, mas reconhece que a medida não será suficiente para sanar os problemas financeiros.

Diante desse cenário, Geraldo Resende defende que a reunião envolva todos os setores da sociedade. Ele propõe a presença do prefeito Marçal Filho, dos 21 vereadores de Dourados, do secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, do secretário municipal de Saúde, Márcio Grei, além da direção e dos profissionais do hospital.

“Esse debate precisa ser coletivo. Não podemos deixar que uma instituição fundamental para os indígenas e para toda Dourados feche as portas por falta de recursos. É hora de unirmos forças”, afirmou o parlamentar.

Resende também defende que, além de discutir formas de garantir a sustentabilidade financeira do hospital, seja avaliada sua vocação futura. Ele voltou a sugerir a criação de uma ala de atendimento psicossocial indígena (CAPS Indígena) dentro da unidade, projeto que chegou a esboçar quando era secretário estadual de Saúde. A proposta prevê transformar parte do hospital em espaço de tratamento para usuários de drogas e pessoas com transtornos mentais, com atendimento em regime de residência assistida e acompanhamento familiar.

Na reunião de terça-feira, o reverendo Paulo César fez um apelo emocionado durante o encontro com lideranças indígenas: “Que a comunidade indígena possa orar por nós, é a única coisa que pedimos.”

Para Geraldo, no entanto, mais do que orações, é necessária uma ação conjunta e imediata. “A crise não é apenas do hospital, mas de toda a sociedade douradense. Essa é uma responsabilidade que precisa ser compartilhada por todos nós”, concluiu.

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