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Presente de grego, lenha na fogueira, patrulha ideológica, frente pela vida e empurra‑empurra

Juca Vinhedo

A FRASE

“Essa gente que invadiu o Congresso, que quer impedir o funcionamento do Poder Legislativo tem essa mesma pauta: livrar a cara do Bolsonaro e para isso o país que se dane”.

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Se vocês observarem, há uma similaridade entre esse comportamento e aquilo que a gente viu durante a pandemia. Ali, Bolsonaro, curiosamente, falava em nome da preservação da economia.  Em nome da preservação da economia, ele se opôs a todas as medidas apontadas por especialistas para evitar que a Covid provocasse um morticínio muito maior do que aquilo que a gente viu.

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Ele fez tudo pensando apenas no seu projeto político, porque ele achava que a pandemia ia derrubar a economia e isso dificultaria sua reeleição.

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Agora ele está preocupado apenas com o seu projeto político. Ele quer a sua elegibilidade de volta, quer que se anulem os processos, e, então o Brasil que se dane.” 

(Reinaldo Azevedo, jornalista).

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Liberalismo. Econômico, mesmo

Durante décadas, os Estados Unidos pregaram o evangelho do “livre mercado” mundo afora. Mas, agora, com Donald Trump de volta ao comando, o discurso liberal vira fumaça, principalmente quando o interesse é punir países que não seguem sua cartilha diplomática. Ao mirar sanções contra o Brasil e outras nações pela compra de fertilizantes russos, Trump dá um chute na lógica do comércio internacional. Se os EUA não querem vender, a Rússia tem preço e volume.

Virão de onde?

A pergunta que o agronegócio brasileiro deveria fazer a Trump é direta: “Vai nos vender fertilizante, então? Porque exigir que se cortem relações comerciais com a Rússia, sem oferecer alternativas concretas, é de uma arrogância atroz. Mais de 60% do diesel e boa parte dos fertilizantes que movem o campo brasileiro vêm do país de Putin. Ignorar essa dependência e responder com retaliação mostra que o objetivo de Trump não é paz ou diplomacia: é coerção.

A velha patrulha

Em Campo Grande, até show virou campo de guerra ideológica. A senadora Soraya Thronicke ousou cometer o grave pecado de ser fã da banda Roupa Nova e foi tratada como inimiga pública número um por isso. A patrulha da extrema-direita, sempre vigilante, não perdoa: se não seguir a cartilha, vai levar vaia. Soraya estava ali como cidadã, mas os fiscais da pureza ideológica não aceitam essa liberdade.

Moral antiga
O que era pra ser só um momento de nostalgia, com hits românticos e clima de paz, virou mais um episódio da guerrilha ideológica à moda brasileira. A senadora Soraya Thronicke foi hostilizada no show do Roupa Nova por uma ala da extremista que confunde teatro com palanque, palco com palanque, e política com perseguição. Em resposta, a senadora foi elegante: lamentou o radicalismo e reafirmou o respeito às diferenças. Já os patrulheiros… seguem achando que gritar no ouvido dos outros é argumento.

Energia desperdiçada

Por falar em Soraya Thronicke (Podemos), ela foi a única representante de MS no Senado que não assinou requerimento de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Já Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), embarcaram na suposta tentativa de “vingar” a ofensiva do magistrado da mais alta corte do país contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como se o ex-mandatário não pudesse, como todos os brasileiros, ser penalizado quando descumpre a legislação do país. Segundo o senador Carlos Portinho (PL), a famigerada lista já possui 41 assinaturas, faltando 13 para completar o mínimo necessário para protocolar o requerimento.

À serventia da casa

O governador Eduardo Riedel mal embarcou para a Ásia e deixou um presente de grego em Campo Grande: apoio explícito a Bolsonaro, logo após a decretação de sua prisão domiciliar. Resultado? O PT bate em retirada, levando junto parlamentares e cerca de 25 cargos. O deputado federal Vander Loubet é um dos que comanda o desembarque e já acena para novos aliados: PDT, PSB e até MDB; e aposta em Fábio Trad para polarizar com o PSDB no próximo ano.

Lenha na fogueira

A deputada estadual Gleice Jane (PT) apresentou nesta quinta-feira (7), moção de protesto aos parlamentares que impediram, na quarta-feira (6) os trabalhos Congresso Nacional. “Faço hoje uma moção de protesto e indicação referente ao que vimos acontecendo ontem em nosso País, a tentativa de impedimento dos trabalhos no Congresso Nacional, por parte de um grupo político que tem como última pauta nesse País a defesa de uma família que não tem compromisso com a população”. Reações à vista.

Empurra‑empurra

Na esteira da tumultuada da Câmara Federal, a deputada Camila Jara (PT-MS) acabou protagonizando uma polêmica com o seu colega Nikolas Ferreira (PL-MG), que caiu no plenário. O parlamentar acusa a colega de tê-lo derrubado, mas ela nega. As imagens viralizaram, marcando mais um episódio da crescente politização das instituições. O clima de obstrução e caos, com divisão ideológica e obstruções da oposição pela pauta da anistia, expõe a crescente fragilidade do diálogo dentro do Congresso Nacional.

Caiu na “rede”

Camila Jara emitiu nota negando qualquer agressão deliberada e esclareceu que se trata de uma campanha de perseguição: “Sou 1,60 m, 49 kg e estou em tratamento contra um câncer. Fui injustamente acusada de ter nocauteado o parlamentar com um soco”, disse ela. A parlamentar também acionou a Polícia Legislativa e solicitou escolta policial, inclusive em Mato Grosso do Sul, diante do aumento de ataques, ameaças e ofensas nas redes sociais

Demo… o quê, mesmo?

Politicamente, o episódio teve forte repercussão em MS. Deputados do PL local, como Rodolfo Nogueira, afirmaram que entrarão com representação contra Camila Jara por violência, enquanto lideranças como o vereador Landmark apresentaram moção de apoio à deputada, elogiando seu compromisso com o diálogo, democracia e os direitos das mulheres. A tensão em torno do episódio reflete o grave momento institucional que extremistas querem impor ao país, em nome da defesa da democracia – seja lá o que isso significa, hoje, para eles.

Trump é o culpado

A complicada situação institucional que o Brasil atravessa após o anúncio do “tarifaço” do presidente estadunidense Donald Trump, além das tentativas de interferência na justiça brasileira, está afetando até mesmo os indígenas douradenses. Por causa do momento delicado, o presidente Lula convocou o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que viria sábado a Dourados, para uma reunião em Brasília, no mesmo dia e horário da agenda prevista anteriormente.

Lideranças frustradas

Além das lideranças das aldeias Jaguapiru e Bororó, a decisão frustra também as autoridades que estavam organizando a recepção ao ministro. A inauguração do SAMU, no entanto, está mantida para sábado, às 9 horas, na nova base do Serviço, ao lado do Hospital Indígena Porta da Esperança. Padilha será representado por Weibe Tapeba, secretário nacional da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

Frente pela Vida

A criação da Frente Parlamentar em Defesa da Construção do Novo Hospital da Vida é uma resposta à crise estrutural que se arrasta há anos. Sob a liderança dos vereadores Marcelo Mourão, Franklin Schmalz e Ana Paula Benitez, a Frente começa com apoio técnico, institucional e, principalmente, com sensibilidade social. A estrutura do atual Hospital da Vida chegou ao limite e o grupo de vereadores que encampou a causa está de parabéns por ouvir especialistas e entidades comprometidas com a nobre causa da saúde.

Próximos passos

Reunião de vereadores e lideranças aprovou a data de 9 de setembro para o lançamento público da Frente Parlamentar que vai tratar da construção do novo hospital em Dourados. O evento será realizado na Câmara Municipal, às 19h. A estrutura e os detalhes da solenidade ainda serão definidos, mas já está confirmada a participação de Josiane Marques e de Irineu Renzi como oradores. Ao final do encontro, foram confirmados os apoios institucionais da OAB, CODED e AEAD, à Frente Parlamentar.
 

Preparem os casacos

O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), adverte: frente fria que avança sobre Mato Grosso do Sul deve provocar queda acentuada na temperatura a partir desta sexta-feira (8). A Defesa Civil emitiu alerta para o frio intenso, com risco de geada em algumas regiões do Estado. E mais: conforme o avanço da frente fria, vai aumentar a nebulosidade, com possibilidade de chuvas nesta sexta, especialmente na região norte do Estado.

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BASTIDORES DO PODER

A mulher que olhou nos olhos do mito

Era uma aliança improvável, mas não inédita: uma jornalista combativa, que ganhou fama ao denunciar os podres da política tradicional, viu em um ex-capitão do Exército o símbolo da ruptura que o país precisava. Joyce Hasselmann e Jair Bolsonaro caminharam lado a lado na trincheira eleitoral de 2018, ele com seu discurso, ela com sua eloquência de tribuna e milhões de seguidores nas redes.

Mas, como toda narrativa embalada por euforia, a realidade tratou de fazer seu trabalho. Aos poucos, Joyce percebeu que o presidente que ajudara a eleger não era apenas despreparado: era perigoso.

Não tinha projeto de país, mas obsessão por lealdade cega. Não tolerava críticas, nem mesmo de aliados. E foi assim que a musa virou herege. O que antes era aplauso virou silêncio, e o silêncio logo virou ataque. De dentro do Palácio, partia a ordem implícita: quem não reza pela cartilha, vira alvo. E Joyce virou.

Na entrevista recente a Ricardo Noblat, ela entregou mais do que mágoas: revelou o dia em que Bolsonaro, descontrolado, avançou sobre ela num gesto ameaçador, como se fosse agredi-la fisicamente. Só não o fez porque encontrou, diante de si, uma mulher que não recua. Joyce o enfrentou de olhos nos olhos; e talvez tenha sido ali, naquele embate mudo, que o “mito” viu pela primeira vez o limite da própria encenação.

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