José Henrique Marques –
O acirramento do debate político depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, no final da tarde de ontem (4), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), transbordou em Mato Grosso do Sul e colocou em rota de colisão o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT e os ainda tucanos, Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel – ex e atual governador do Estado.
Na iminência de assumir o comando do PL no Estado, sob às benções de Bolsonaro, Azambuja invocou o contravertido presidente norte-americano, Donald Trump, para endossar a tese de anistia à turba que destruiu as sedes dos três poderes da República, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, depois de ficar acampada por mais de dois meses em frente no Quartel-General do Exército, clamando por golpe de Estado.
Zeca reagiu assim: “Que vergonha, seu Reinaldo Azambuja, mostrando as garras, hein?
Defendendo invasão do Congresso Nacional, da Suprema Corte, do Palácio do Planalto, achando que tá parecido com a invasão do Capitólio lá nos Estados Unidos, que o Trump anistiou todo mundo que invadiu e o presidente aqui tem que anistiar crime bárbaro de atentado à democracia, ao Estado de Direito. Que razão tem Reinaldo Azambuja pra defender isso? Tá mostrando as unhas, né, seu Reinaldo?”
“Que vergonha, seu Reinaldo Azambuja, mostrando as garras, hein? Defendendo invasão do Congresso Nacional, da Suprema Corte, do Palácio do Planalto”
“Você merece nosso repúdio. Pode ter certeza que os democratas, os progressistas, aqueles que querem o bem do Brasil e que não admitem baderna vão estar contra você no ano que vem”, disse ainda o ex-governador petista.
Na manhã desta terça-feira (5), em viagem ao continente asiático, Riedel, que também deve deixar o PSDB, mas embarcar no PP, postou em rede social nota criticando o STF. “Prisão domiciliar, com restrição de direitos fundamentais e sem julgamento concluído são excessos judiciais que geram temerária escalada da tensão política e jurídica no pais”, opinou.
“Perdoar ou anistiar baderna e baderneiros não é o caminho. Portanto não adianta espernear, agora – sem anistia”
“Institucionalidade democrática se conquista com cumprimento das leis e decisões jurídicas. Perdoar ou anistiar baderna e baderneiros não é o caminho. Portanto não adianta espernear, agora – sem anistia”, rebateu Zeca do PT, acrescentando que “vamos cumprir a lei, julgar o Bolsonaro e os bolsonaristas pelos crimes cometidos, sem perdão”.
De acordo com Zeca, “O governador deveria ter o mesmo comportamento quando Lula foi perseguido e preso por Moro e sua patota. Naquele momento se calou, como se calou seu parceiro Azambuja e muitos outros que agora clamam por anistia se esquecendo de todo crime cometido”.