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Marido ‘encomendou’ morte da professora, confessa acusado

Ponta Porã – 07/10/2009

NA FRONTEIRAAcusado de assassinar professora dizque marido dele encomendou o crime   O assassinato da professora e artista plástica Gicela Maria Van Gyssel Müller Brusamarelo, praticado pelo assaltante Paulo Ramos Correia (foto), 22 anos, e que causou comoção em toda fronteira, na região de Ponta Porã, teria sido encomendado pelo próprio marido, o engenheiro agrônomo Elói Brusamarelo.
Fontes da polícia paraguaia confirmaram ontem que Elói Brusamarelo foi denunciado pelo autor do crime em seu depoimento. As suspeitas contra o agrônomo são tão fortes que a Polícia Civil já teria pedido sua prisão à Justiça.
O delegado Clemir Vieira Júnior não confirmou e nem desmentiu a informação, alegando que tudo “está sendo investigado”. Entretanto, informações à que o Jornal da Praça e o site Mercosul News tiveram acesso em Pedro Juan Caballero, não deixam margem de dúvida quanto à culpabilidade do marido de Gicela Brusamarelo.
Como o trabalho foi conjunto, a polícia paraguaia também teve acesso ao teor dos depoimentos. De acordo com fontes do Ministério Público do vizinho país, em seu depoimento Paulo Correia disse que Elói Brusamarelo encomendou a morte da esposa por 7 mil dólares.
Um atravessador contratou o marginal e depois o colocou em contato direto com Brusamarelo. Paulo Correia teria chamado um comparsa, menor de idade, para cumprir a “empreitada”. Segundo ele, o próprio Elói Brusamarelo o teria orientado por telefone sobre a movimentação de Gicela Brusamarelo. “Ele ia me informando pelo celular aonde ela ia”, teria confessado à polícia o criminoso.
Segundo ele, a professora foi dominada quando entrava no carro na rua Sete de Setembro, logo após ela deixar a agência dos Correios.
O acusado rendeu a vítima e a obrigou a entrar no carro, em seguida se dirigiu para a estrada que demanda a Sanga Puitã, do lado paraguaio. Próximo do distrito retirou a professora do veículo e a asfixiou com um cordão de náilon para imobilizá-la. Ainda no local, mandou a professora deitar alegando que iria embora. Ao invés disso, ele a golpeou na cabeça com o pedaço de madeira e ainda lhe aplicou golpes de faca, em seguida em seguida, dirigiu o carro dela até o centro de Pedro Juan Caballero, onde o deixou.
O veículo foi encontrado na manhã seguinte
A frieza de Paulo Correia surpreendeu até mesmo os investigadores mais experientes. Seu “modus operandi” foi o mesmo de crimes que praticou anteriormente, ou seja, rendeu a vítima no momento em que ela entrava no carro. O menor apreendido com o autor material nega participação no crime, entretanto, as evidências são fortes de que ele era o segundo homem na cena do crime.
A polícia chegou ao adolescente porque ele estava com vários objetos da professora, como três pen-drives e um note-book. O menor foi descoberto quando oferecia os objetos a brasileiros e não fazia segredo sobre a quem pertencia. O menor que sabia de praticamente todos os detalhes do crime deve ficar internado na Unei.
Desde que o caso começou a ser desvendado, no final de semana, Elói Brusamarelo desapareceu da região de fronteira. O promotor de Justiça paraguaio Sixto Marin, que desde o início suspeitava do agrônomo, disse ontem que vai pedir a prisão do acusado. “Se ele estiver em território paraguaio, será preso”, afirmou o promotor.
A frieza de Paulo Correia impressionou os investigadores do SIG. Em nenhum momento ele se mostrou arrependido.Ao ser interrogado, confessou o crime e teria delatado o mandante e o “contratante” do assassinato porque não teria recebido o valor combinado após cometer o homicídio.
HERANÇAO depoimento de Paulo Correia, segundo fontes do Ministério Público Paraguaio, aponta que o motivo do crime era familiar. Elói Brusamarelo estaria em processo de separação com a professora e o casamento dos dois não tinha comunhão total de bens.
A professora estaria prestes a receber uma herança, após o falecimento do pai, no Rio Grande do Sul. Com o desquite, Elói Brusamarelo não teria direito a nada, pois Gicela Brusamarelo já teria lhe informado que a herança seria direcionada aos filhos deles, que residem em Campo Grande até o dia de hoje.

Fonte: Folha de Dourados

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