Os dois homens pagaram R$ 500 para sair com o recém-nascido da maternidade.
Uma mãe, de 31 anos, foi dar a luz em um hospital de Manacapuru (AM) e teve o bebê vendido por uma mulher a um casal.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), três pessoas foram presas nesta segunda-feira (14) pela tentativa de comprar o bebê:
- José Uberlane Pinheiro de Magalhães, de 47 anos: responsável por encontrar uma grávida e sequestrar o bebê;
- Luiz Armando dos Santos, de 40 anos, e Wesley Fabiano Lourenço, de 38 anos: casal que contratou José para sequestrar o bebê.
Segundo a delegada Joyce Coelho da Delegacia Especializada de Polícia (DEP), uma denúncia anônima mobilizou os policiais. A mensagem dizia que dois homens estavam em um veículo negociando a compra de um bebê na frente da maternidade pública de Manacapuru.
“Na maternidade, havia quatro mães que haviam dado à luz naquele dia. Após conversar com os enfermeiros, identificamos a mãe do bebê, de 31 anos, que não pôde ser ouvida porque estava recebendo cuidados médicos após o parto”, explicou a delegada.
Suspeito acompanhou parto da mãe e tentou registrar bebê como filho
Um dos suspeitos presos pela Polícia Civil acompanhou o parto da mãe da criança. Após ela dar a luz, ele tentou se passar como pai desse bebê, mas não conseguiu fazer o registro dela no cartório dentro da maternidade.
“No momento da abordagem, o casal estava visivelmente nervoso. Inicialmente, um deles afirmou ser o pai biológico da criança, mas logo após admitiram que haviam transferido R$ 500 para José Uberlane, que os havia indicado a mulher disposta a entregar o filho logo após o parto”, prosseguiu a delegada.
A investigação mostrou que a mãe decidiu entregar o bebê devido a uma dívida pendente. Após receber a criança, o casal voltaria para a residência deles em São Paulo.
A Polícia Civil ainda revelou que foi na capital paulista que o casal conheceu o esquema de adoção ilegal, sendo orientado por esse grupo criminoso a ir até Manacapuru para conseguir um bebê.
“Com base em tudo isso, confirmamos que existe um esquema de adoção ilegal, envolvendo pagamentos em dinheiro. Por isso, realizamos o flagrante e apreendemos os celulares dos três presos. A quebra de sigilo será solicitada para identificar todos os envolvidos e responsabilizá-los conforme a lei”, complementou a delegada.
Joyce Coelho ainda citou a possibilidade do mesmo casal ter adotado ilegalmente uma outra criança anteriormente. Esse caso ainda está sendo investigado pela Polícia Civil.
Os três suspeitos presos devem responder pelos crimes de tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal. Todos aguardam decisão da Justiça para saber se aguardam a definição do processo em liberdade ou detidos.
(Informações RIC)
