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Tragédia em Fátima do Sul: adolescente morre e clínica é fechada pela Justiça

A clínica Hazelden BR, localizada em Fátima do Sul, foi interditada pela Justiça após a morte de uma adolescente de 16 anos, ocorrida no dia 30 de junho. A jovem havia sido internada compulsoriamente na unidade, que operava como comunidade terapêutica para tratamento de transtornos mentais e dependência química, sem estrutura médica adequada.

A interdição foi determinada após ação movida pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), coordenado pela defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz. Segundo ela, a instituição já havia sido advertida em processos anteriores e estava sendo investigada por irregularidades.

“A clínica Hazelden BR já havia sido denunciada anteriormente. A situação se agravou com as irregularidades constatadas nas inspeções, especialmente diante da morte da adolescente”, destacou a defensora.

Morte em meio ao surto psiquiátrico

De acordo com a ação, a jovem apresentava histórico psiquiátrico grave e deveria ter sido transferida para um hospital especializado. No entanto, permaneceu na clínica mesmo com recomendação médica para internação hospitalar urgente.

Durante um surto, ela foi contida com sedativos e amarras, entrou em parada cardiorrespiratória e morreu horas depois, sem receber atendimento médico adequado, conforme relatado pela Defensoria.

Decisão judicial e responsabilização

Diante da gravidade do caso, a Justiça determinou:

  • Suspensão imediata das atividades da clínica;
  • Proibição de novas internações;
  • Liberação das pacientes internadas, com acompanhamento da rede pública de saúde e assistência social;
  • Multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A decisão destacou o risco iminente à vida e à integridade física dos pacientes, especialmente das menores de idade, classificando as atividades da Hazelden BR como exercício clandestino de serviço de saúde.

Além da interdição, a Defensoria Pública solicita a condenação dos responsáveis ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos, valor que deverá ser revertido para o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial de Fátima do Sul.

A Polícia Civil também instaurou inquérito para apurar possíveis ilegalidades na condução dos atendimentos. (J.B)

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