Redação –
A Justiça decretou nesta segunda-feira (14) a prisão preventiva do produtor rural Paulo Lange, de 65 anos, acusado de matar com um tiro o também produtor Volnei Kommers Beutinger, de 52 anos, durante uma discussão em uma propriedade no distrito de Itahum, em Dourados. O crime aconteceu na manhã do dia 10 de julho, após uma briga motivada por disputa de terras e gado.
De acordo com a Polícia Civil, Paulo foi localizado e preso por policiais do Setor de Investigações Gerais (SIG) em uma fazenda na região do distrito, onde estava após ter sido ouvido e liberado dias antes. A prisão foi decretada após o delegado Lucas Albe Veppo, responsável pelo caso, representar pela medida cautelar com base nas provas reunidas até o momento.
Crime e alegação de legítima defesa
O crime ocorreu após uma discussão entre Volnei e o filho de Paulo, de 37 anos. O desentendimento teria começado porque um lote de gado da vítima teria invadido a propriedade de Paulo, que se preparava para embarcar os animais para o frigorífico. A situação rapidamente saiu do controle, e ambos entraram em luta corporal.
Segundo depoimento prestado pelo próprio Paulo, ele interveio na briga para proteger o filho e disparou com um revólver calibre .38 contra o peito de Volnei. O produtor rural alegou que a vítima teria sacado uma faca da cintura para atacá-lo, versão que ainda está sob investigação.
Após o disparo, Paulo colocou o corpo de Volnei em um veículo e o levou até a propriedade da própria vítima. Questionado pela polícia, ele disse que não conseguiu acionar o Samu por falta de sinal telefônico e esperava que funcionários da fazenda de Volnei o levassem ao hospital.
Investigação aponta histórico de desavenças
O delegado Lucas Veppo confirmou que os dois vizinhos tinham um histórico de desavenças envolvendo questões territoriais e acusações mútuas. “O autor relatou que já havia sido ameaçado anteriormente por Volnei, inclusive com o uso de faca. No entanto, ainda não temos testemunhas que confirmem essa versão dos fatos”, afirmou o delegado.
A arma usada no crime foi localizada e apreendida, e os laudos periciais confirmaram a presença de um projétil deflagrado. O filho de Paulo, que testemunhou o ocorrido, também prestou depoimento.
Mudança na situação jurídica
Na semana passada, Paulo se apresentou espontaneamente à delegacia acompanhado de um advogado, já fora do período de flagrante. Por isso, não foi preso naquele momento, mas passou a responder ao inquérito em liberdade. A partir dos depoimentos, dos laudos e da análise dos fatos, o delegado entendeu que havia elementos suficientes para solicitar sua prisão preventiva, que foi deferida pela Justiça.
A investigação segue em andamento para apurar as reais circunstâncias do crime e confrontar a versão apresentada pelo acusado com as provas técnicas e testemunhais. Paulo permanece preso e à disposição da Justiça.