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Influenciador de MS é mordido por sucuri e retira dente da perna: ‘Fiquei desesperado’

Redação –

O pescador e influenciador digital Rafael Gandine, de 38 anos, morador do assentamento Gleba Nova Esperança, em Jateí, viveu um episódio raro: foi mordido por uma sucuri enquanto caminhava por um córrego. O incidente aconteceu em maio e deixou um dente da serpente cravado em sua perna, provocando uma ferida profunda e risco de infecção.

Conhecido por publicar vídeos sobre pescaria e vida na natureza, Rafael já relatou ter se deparado com mais de 100 sucuris gigantes ao longo dos anos. No entanto, foi a primeira vez que sofreu uma mordida.

“Este ano fui mordido por uma. Acho que pisei nela. Fiquei desesperado e com medo”, contou ao g1.

Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, especialista em serpentes, mordidas de sucuri são extremamente raras e ocorrem geralmente por defesa, quando o animal se sente ameaçado.

“Não são ataques. São mordidas de advertência. No caso dele, ele pisou na cobra e ela reagiu. Sucuris não atacam humanos”, explicou o biólogo.

Ferimento e cuidados médicos

Após o susto, Rafael retirou o dente da cobra da perna e procurou atendimento médico. O doutor Felipe Targino, que o atendeu, afirmou que não foi necessário soro antiofídico, já que a sucuri não é peçonhenta. A maior preocupação era com uma possível infecção, devido à presença de bactérias na boca do animal.

“Ele teve uma ferida profunda. Fizemos a limpeza, curativo e prescrevemos antibióticos. O risco maior era infeccioso”, explicou o médico.

Antes de buscar ajuda, Rafael jogou álcool no ferimento — prática que, segundo o médico, não é recomendada.

“O álcool resseca e pode causar mais lesões. O ideal é lavar com soro fisiológico ou água oxigenada”, orientou Targino.

Mais de 100 encontros com sucuris

Rafael mora na região desde criança e, há 10 anos, vive no assentamento. Ele mantém um canal no YouTube sobre pescarias e natureza, com mais de 1 milhão de seguidores. Segundo ele, a presença das cobras é comum por conta da preservação ambiental da região.

“Já tive uns 100 encontros ao longo dos anos. Aqui tem muita água e vegetação, é o habitat natural delas”, relatou.

O biólogo Henrique Charles reforça que a quantidade de sucuris na área é reflexo da boa conservação ambiental.

“A fauna é diversificada e isso contribui para a presença de sucuris. É um verdadeiro berçário natural”, disse.

Sucuris: solitárias e mal compreendidas

A bióloga e doutora em Ecologia Juliana de Souza Terra explica que a fama de agressividade das sucuris é um mito reforçado por filmes, e que elas são animais solitários e reclusos.

“A sucuri não é agressiva. Exceto na época de reprodução, vivem sozinhas e evitam contato com humanos. A maior ameaça a elas ainda é o ser humano”, afirmou.

A sucuri-verde (Eunectes murinus), espécie mais comum no Brasil, pode atingir até 7 metros de comprimento, embora exemplares com mais de 5 metros já sejam considerados grandes.

O dente retirado por Rafael foi analisado por especialistas, que confirmaram se tratar de uma sucuri. Nas imagens divulgadas por ele nas redes sociais, é possível ver o pequeno dente preso na pele, típico da anatomia da espécie.

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