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Leia artigo escrito pelo ‘Russo’, em edição especial dos 50 anos da Folha de Dourados

Em dezembro de 2018 a Folha de Dourados circulou em uma edição especial, impressa, comemorativa aos 50 anos do jornal.

Para marcar a data, foram convidados diversos jornalistas para escreverem artigos relatando suas vivências na imprensa douradense, desde o início de suas carreiras, bem como o papel que exerceram como comunicadores.

Um dos articulistas daquela edição foi o jornalista Waldemar Gonçalves, o “Russo”, falecido no último dia 14 deste mês.

Para seu conhecimento e como uma forma de homenagear uma pessoa que marcou a história do jornalismo douradense, reproduzimos na íntegra, o artigo, ao qual ele deu o título de “Cheiro de chumbo”.

Cheiro de chumbo

Waldemar Gonçalves, o Russo

No final da década de 80 fui “apresentado” a uma redação de jornal impresso pelo amigo e vendedor de publicidade Eduardo Lincoln, conhecido como “Carioca”. Ele havia lido dois textos escritos por mim “Eterna aposentadoria” e “Entre a Xuxa e o salário” e, com meu consentimento encaminhou-os ao jornal Enfoque.

Passados alguns dias Carioca foi ao local onde eu estava pintando paredes, e me convidou para visitar a redação do Enfoque. Foi assim que conheci a Irma Lupinetti, Dalva Gonçalves, Ricardo Minella, Andréia Medeiros, Telma Loureiro, Noemi Mendes Ferrigolo e Lori Alice Gressler. Eram grandes profissionais e intelectuais a serviço da comunicação douradense.

No Enfoque assinei como “By WG” a “Tirinha da Fofoca” na coluna da Telma por cinco meses, até o encerramento das atividades do jornal pelo esgotamento de Irma com as sequelas deixadas em seu esposo e sócio, o jornalista Júnior Chese de Araújo, vítima de um acidente entre Itaporã e Maracaju.

Sem o jornal, fui convidado pelo publicitário Ricardo Ojeda a escrever matérias esportivas na Revista Perfil, na qual também trabalhava a jornalista recém-formada Regina Bittencourt. Foi praticamente o início da minha reportagem de rua e da elaboração de textos. Ojeda mora há muito tempo em Três Lagoas onde é proprietário do site Perfil News.

Nas minhas reportagens nos campos de treinamento do extinto Clube Atlético Douradense, do Ubiratan e do Douradão conheci a imprensa esportiva de Dourados. Essas amizades me abriram as portas nas redações dos jornais e nas emissoras de rádio. Trabalhei na Caiuás, na Clube e fiz bicos na Grande FM.

Na Rádio Caiuás, a convite do amigo Antônio Neres, produzi crônicas para o programa “Boa noite para você”. Também ajudei um dos meus grandes mestres, Luiz Rogério de Sá, em seu programa “Eu quero falar para você”. A partir daí passei a fazer parte da redação, produzindo noticiários e textos jornalísticos.

Na Caiuás tive o prazer de conviver com o Odir Pedroso, Daniel Santos, Antônio Coca, André Jorge, Antônio Carlos Ruiz, Laura Márcia e Val Esper. E com Maurício Nunes e Nhô Tito, ambos falecidos.

Já na Rádio Clube trabalhei nos programas Retrato da Cidade, Show da Cidade, Hora do Balanço, com o saudoso Cloe Fazzano, com Albino Mendes, Coca, Gilberto Orlando, Bete Salomão e o maior de todos os mestres: Jorge Antônio Salomão.

Passado o tempo nas AMs fui trabalhar com o Coca na FM 92,1. E lá nasceu o “Camburão do Russo”, que até hoje é lembrado pelos ouvintes. Quando eu entrava no ar, todo mundo sabia que lá vinha notícia ruim.

No ar eu sempre dizia “notícia ruim para mim é boa”, e imortalizei a palavra “caxangueiro” – a denominação dada pela Polícia Civil aos arrombadores de residências.

A passagem em tantas redações e já amigo de Cícero Faria, Antônio Viegas, Élvio Lopes (na época correspondente do Correio do Estado), José Henrique Marques (então presidente do Sindicato dos Jornalistas), Luis Carlos Luciano, Vander Verão, Prudêncio Campos (in memorian), Márcia Carreri (in memorian) e outros colegas, aprendi e continuo aprendendo o ofício de jornalista.

Mas foi em um barracão de madeira próximo onde é hoje é o transbordo, que senti pela primeira vez o “cheiro de chumbo”, que fazia na produção dos semanários folha de dourados separados e “O Democrata” de Caarapó. Foi então que conheci Theodorico Luís Viegas, o maior professor de todos que tive e também o funcionamento de uma oficina de impressão de jornal.

O falecido “Juarez”, com a sua sempre quente impressora “linotipo”, movida a fogo, matrizes e chumbo para confeccionar as letras dos textos que bem ou mal eu fazia, assim como as cópias de telex com notícias das agências nacionais, que eu ia buscar na redação do jornal “O Panfleto”.

Pelo menos uma vez por semana eu ia a Caarapó buscar matérias da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores e outras notícias da cidade para fazer “O Democrata”, semanário de propriedade do dono da folha de dourados.

No Panfleto fui foca da editoria policial e motorista do João Carlos Torraça, o Macarrão. Toda semana íamos para a região em busca de notícias para os jornais O Zangão, de Fátima do Sul, Jornal do Vale, de Ivinhema. Esses três semanários originaram o Diário do Povo/Diário MS.

Integrei a primeira equipe de jornalismo do Diário com Macarrão, Clóvis de Oliveira, Willams Araújo, Antônio Viegas, Ronney Minella, Fábio Dorta, Elias Ferreira, Edvaldo Araújo, Anaurelino Ramos, Clay Correia, “Zezinho” entre outros.

Outro fato marcante em minha trajetória na imprensa foi a saída do Diário do Povo para o Progresso.

No O Progresso tive parceiros como Vander Verão, chefe de redação, Prudêncio Campos (in memorian), José Roberto, Élvio Lopes, Clóvis de Oliveira, Luis Carlos Luciano, editor chefe adjunto, e os fotógrafos Ramão Carlos e Expedito Frota (in memorian), entre outros companheiros de trabalho.

Agradeço a Deus, em primeiro lugar, pelo que sou hoje, à família, aos companheiros de imprensa e às minhas fontes de informações, em especial das áreas investigativas (Polícias Civil, Militar, perícia técnica, IML, Polícia Federal e Rodoviária Federal, Fórum e Ministério Público Federal e Estadual). E também aos patrões e mestres que muito me ajudaram em minha trajetória. Do mais tudo bem, segue a vida pois a morte é certa meu povo! Parei e fui…!

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