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Em busca de um perfil cultural, por: Ilson Venancio

Culturalmente Falando – 27/10/2009

Em busca de um perfil cultural, por: Ilson Venancio

    Com a criação da Colônia Federal de Dourados nos anos 50 e a migração de pessoas de várias regiões do país ocorreu uma grande mistura entre culturas e saberes e fez da nossa região um grande laboratório cultural com todas as vertentes.
     Eu que convivi com a colônia, pude vivenciar essa fusão, nos bolichos e nas festas com vários ritmos musicais, duelos de repentistas, folia de reis, dança de catira e muita contação de história em volta da farinheira, comendo biju e tomando café. Às vezes em volta do engenho raspando tacho de doce, fazendo puxa-puxa ou no pilão socando canjica, erva-mate, limpando o arroz e contando “causo” de assombração.
     Nascido na Vila São Pedro sede da Colônia Federal de Dourados, filho de João Rosa Rodrigues, vindo de Bocaiúva, norte de Minas Gerais, João do Baixo lembra como ele começou com a música.
     Quando ele tinha nove anos, o seu pai que tocava cavaquinho vendeu uma porquinha que ele tinha ganhado de presente e com o dinheiro comprou para ele um violão, no qual o seu pai lhe ensinou os primeiros acordes, foi se aperfeiçoando e passando a tocar com o seu pai.
     Quando veio morar em Dourados reuniu-se com os amigos Luisão (guitarrista) e Ricardo (baterista), Nilza (voz) formando o seu primeiro grupo musical denominado de Conjunto Novo Som e realizou a sua primeira apresentação na Igreja Matriz em uma cerimônia de casamento.
     No mesmo ano junto com o Joel (bateria) e Luizão na guitarra e sobre a liderança do vocalista Miguel de Oliveira formaram o grupo “Nóis num liga” que acompanhava os cantores do FEMPOP, Festival Estudantil de Música Pop, na verdade interpretação de música pop criado e coordenado pela UDE, União Douradense de Estudantes.
     O festival tinha como objetivo proporcionar aos jovens estudantes naquele momento em que o país vivia em plena ressaca da opressão e censura a possibilidade de expressar através da musica o seu perfil musical e intelectual. As músicas mais interpretadas eram as de autoria do Caetano Veloso, Raul Seixas, Zé Geraldo e o Zé Ramalho e também Roberto Carlos.
     Este festival era muito popular, pois acontecia dentro da rede escolar. O grupo participou de todas as edições do festival que foi de 1982 a 1986. Em 1984 participou do Frutos da Terra evento criado pelo movimento cultural coordenado por Luis Carlos Pael, participou da primeira edição do Show da Paz em 1986 e da segunda edição em 1991.
     Quando o Miguel foi tocar com os anjos, lá no céu, o grupo se desfez e o João foi tocar em Cuiabá. De volta a Dourados tocou no grupo Contramão com o Roberto Ferreira e em seguida com o Acelino vindo a compor com o grupo Terra Seca.
     Hoje com a ausência do Acelino, que está realizando etapas de estudos na área do Direito, na região Sul do país, o João toca pagode com os amigos para se distrair e diz que sente saudades dos eventos populares abertos que aconteciam na nossa cidade, permitindo aos artistas a capacidade de expressar a sua arte. 
     Outro que trilhou por esses caminhos foi o Eliezer Junior que me confidenciou que quando ganhou o FEMPOP, passou a ser convidado a participar de vários eventos em Dourados e cidades da região. Participou do Frutos da Terra em sua quarta edição e de todas as edições do Show da Paz.
     Nesse período tocou em vários grupos entre eles o Contramão e o Blue Star de Fátima do Sul, hoje se sente realizado tocando música gospel. E aluga os seus equipamentos para apresentações diversas. E diz que o Festival foi a abertura para a sua arte, considerando como o primeiro emprego.
       Esse festival revelou talentos como Anaurelino Ramos, Bel o grande artista douradense Carlos Fábio, que junto com o Nildo Pacito tem hoje o seu trabalho reconhecido nacionalmente.  
     FALA FERNANDA!
       
     “Investir em cultura não é caridade: é uma parceria que ajuda a projetar o Brasil internacionalmente.”
     Fernanda Montenegro   
FALA CORA
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes”. Cora Coralina

Cantinho da Poesia
Demetrio Sena 
HER

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