fbpx

Desde 1968 - Ano 56

20.1 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioPolíciaCelsinho da Vila é preso em investigação sobre associação das facções ADA...

Celsinho da Vila é preso em investigação sobre associação das facções ADA e CV

A prisão foi no âmbito da Operação Contenção, série de ações da Polícia Civil com objetivo de coibir o avanço territorial do CV na Zona Oeste do Rio. A meta é desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região. Desde que a ação foi deflagrada, já foi pedido à Justiça o bloqueio de mais de R$ 6 bilhões em bens e valores da facção criminosa.

Celsinho foi localizado por equipes da 32ª DP (Taquara), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte). Ele foi preso na Rua General José Faustino, principal acesso à Vila Vintém. O traficante foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, num blindado da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), num forte esquema de segurança. Celsinho estava descalço, com camisa preta e calça azul.

Advogado nega acusações

Por volta das 8h, o advogado Max Marques chegou à Cidpol com remédios e roupas para ele. Segundo o defensor, Celsinho ficou surpreso com a prisão pois “não participa de qualquer atividade ilícita” e vem acompanhando a esposa, que trata um câncer.

— Não tivemos acesso às investigações, mas, de qualquer forma, a gente acredita que seja mais uma forçação em cima do econômico histórico que ele tem. Porque não há nada, ele não participa de qualquer atividade ilícita. Mais uma vez, eu reforço isso. Então, não há como a Polícia Civil dizer que ele tem envolvimento ainda em tráfico. Mas tudo vai ser esclarecido na Justiça — disse Marques.

O advogado afirmou ainda que, quando tiver acesso aos autos, saberá do que o cliente está sendo acusado. Ele destacou que Celsinho foi preso de cuecas, desarmado e sem seguranças:

— Estava em uma casa que mora há mais de 20 anos com a família. Residência fixa. Não teve qualquer resistência de parte dele.

Sobre o fato de Celsinho já ter afirmado que vivia o tráfico de drogas, Max disse que, hoje em dia, o cenário é outro. Em relação à associação com o CV, conforme indicam as investigações, o advogado afirmou que Celsinho “não tem como ter ligação com ninguém, já que não faz mais parte do crime”. E acrescentou que seu cliente é criador de porcos.

Investigação sobre alianças

A união entre CV e ADA não é recente. Em julho do ano passado, a polícia investigava, por exemplo, uma aliança entre as facções para uma tentativa de invasões na Zona Oeste. Havia investidas em comunidades como Catiri, em Bangu, e Carobinha, em Campo Grande, então dominadas pela milícia.

Naquele período, houve confrontos também no Fumacê, em Realengo, num tentativa de retomada da região por uma outra facção, o Terceiro Comando Puro (TCP). O bando controlava o tráfico na região, mas teria sido expulsa por bandidos da ADA.

Criador da ADA

Celsinho da Vila Vintém já foi o bandido mais procurado do Rio dos anos 1990. Ficou preso por 25 anos. Quando saiu da cadeia em outubro de 2022, com 61 anos, ele disse que não voltaria mais a praticar crimes e afirmou, em fevereiro do ano passado, estar criando porcos na Vila Vintém.

O traficante fundou a ADA em 1996 após um racha do CV. Em 14 de junho de 1994, numa disputa pelo controle de rotas de remessas de drogas para o Rio, Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, assassinou seu então cúmplice Orlando da Conceição, o Orlando Jogador, que na época era o maior expoente da quadrilha e chefiava o tráfico no Complexo do Alemão. Uê foi expulso do CV e, após ser preso, se uniu a Celsinho e a José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha. Foi quando a ADA surgiu.

‘Vivo do tráfico’

Celsinho começou na vida do crime com assaltos a caminhões de carga na Avenida Brasil. As mercadorias roubadas eram distribuídas para moradores da Vila Vintém, o que fez com que se tornasse querido na comunidade. Em meados da década de 1990, ele assumiu o controle do tráfico na região.

O traficante foi preso pela primeira vez em 1990. Seis anos depois, foi novamente capturado. Em 1998, fugiu vestido de policial militar do Hospital Penitenciário Fábio Macedo Soares. Em 2002, foi preso mais uma vez.

Na ocasião, afirmou ao GLOBO: “Eu sou traficante. Vivo do tráfico. Sou bandido. Mas eu sou um cara devagar, não dou tiro na polícia. Eu fujo da polícia. Compro meu pozinho, minha maconha e vendo”. Ele disse ainda que, na época, faturava “uns R$ 50 mil por semana”. “Mas tenho que pagar muitas coisas. Sobram só dez milzinhos por semana. Mando só na Vila Vintém e no Curral das Éguas”.

(Informações O Globo)

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS