A madrugada de sábado, 3 de maio de 2025, foi marcada por uma tragédia. Um jovem de 19 anos, identificado como João Victor da Silva, perdeu a vida após um grave acidente em um brinquedo do Crazy Park, um parque de diversões instalado no Parque de Exposições do distrito de Itaipava, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. O incidente, que também deixou duas jovens feridas, ocorreu durante a Expo Petrópolis, um festival de música que atrai milhares de visitantes à cidade. As autoridades agiram rapidamente, e o parque foi interditado na manhã seguinte.
O caso chocou a população local e reacendeu debates sobre a segurança em parques de diversões no Brasil. A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar as causas do acidente, enquanto a Prefeitura de Petrópolis cassou o alvará de funcionamento do Crazy Park. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o desespero de testemunhas no momento do resgate, com ambulâncias atendendo as vítimas. A seguir, alguns detalhes iniciais do ocorrido:
- Local do acidente: Parque de Exposições de Itaipava, durante a Expo Petrópolis.
- Vítimas: João Victor da Silva, de 19 anos, faleceu; duas jovens sofreram ferimentos leves.
- Resposta imediata: Equipes do parque prestaram primeiros socorros e encaminharam as vítimas à UPA de Itaipava.
- Medida administrativa: Alvará do Crazy Park foi cassado pela prefeitura.
Histórico de problemas com o brinquedo
O brinquedo envolvido no acidente, conhecido como “Expresso do Amor”, já havia sido protagonista de outra tragédia. Em fevereiro de 2023, a jovem Isabele Lacerda Belmont, de 26 anos, morreu após ser arremessada do mesmo equipamento em um parque de diversões montado em um shopping no bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, o parque operava sem alvará de funcionamento e foi interditado antes do acidente, o que levantou questionamentos sobre a fiscalização de brinquedos itinerantes. A repetição de incidentes com o mesmo brinquedo intensificou a cobrança por investigações mais rigorosas.
A empresa responsável pelo Crazy Park, administrada por Célio de Jesus Campos, enfrenta agora um escrutínio ainda maior. Após o acidente em Itaipava, a página do Instagram do parque foi desativada, e a empresa emitiu uma nota ao jornal Diário de Petrópolis afirmando que mobilizou equipes de primeiros socorros para atender as vítimas. A Polícia Civil, por meio da 106ª Delegacia de Polícia, realizou uma perícia no local e está coletando depoimentos para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
O “Expresso do Amor” é um brinquedo que opera com movimentos rápidos, girando os ocupantes em cadeiras suspensas. Testemunhas relataram que João Victor foi arremessado durante o funcionamento, sofrendo múltiplas fraturas que resultaram em sua morte na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaipava. As duas jovens feridas, cujas identidades não foram divulgadas, receberam atendimento médico e foram liberadas ainda na madrugada. A gravidade do caso levou a prefeitura a agir com rapidez, interditando o parque para evitar novos incidentes.

Reação das autoridades
A resposta da Prefeitura de Petrópolis foi imediata. Na manhã de sábado, o alvará de funcionamento do Crazy Park foi cassado, e o parque foi interditado. A administração municipal destacou que as equipes de socorro agiram com agilidade, mas a gravidade do acidente justificou a suspensão das atividades. A prefeitura também informou que o festival Expo Petrópolis, que acontece entre 1º e 6 de maio, não tem relação direta com o parque de diversões, já que os espaços são geridos de forma independente.
A Polícia Civil, por sua vez, está conduzindo uma investigação detalhada. A 106ª DP de Itaipava realizou uma perícia no brinquedo e no local do acidente, buscando identificar se houve falha mecânica, erro humano ou negligência na manutenção. Agentes estão ouvindo testemunhas e representantes da empresa para reconstruir os eventos que levaram à tragédia. A investigação também considera o histórico do “Expresso do Amor” e sua operação em outros locais.
- Ações da prefeitura: Cassação do alvará e interdição do Crazy Park.
- Investigação policial: Perícia no brinquedo e depoimentos de envolvidos.
- Foco da apuração: Possíveis falhas mecânicas ou negligência na operação.
- Histórico do brinquedo: Já envolvido em acidente fatal em 2023 no Rio.
Contexto do evento
A Expo Petrópolis, onde o acidente ocorreu, é um dos principais eventos culturais da Região Serrana, atraindo turistas e moradores com shows de artistas como Ludmilla, Gloria Groove e Pedro Sampaio. O festival, realizado no Parque de Exposições de Itaipava, combina música, gastronomia e entretenimento, incluindo a instalação de parques de diversões como o Crazy Park. A organização do evento emitiu uma nota esclarecendo que não possui vínculo com o parque, destacando que os espaços são autorizados separadamente pela prefeitura.
O Parque de Exposições de Itaipava é um local tradicional para grandes eventos em Petrópolis, com infraestrutura para receber milhares de visitantes. A presença do Crazy Park no evento fazia parte de uma estratégia para atrair famílias e jovens, oferecendo opções de lazer além dos shows musicais. No entanto, o acidente levantou preocupações sobre a segurança de estruturas temporárias em eventos de grande porte.
A tragédia também gerou debates sobre a fiscalização de parques itinerantes no Brasil. Embora o Crazy Park tivesse alvará para operar em Itaipava, o histórico de problemas com o “Expresso do Amor” sugere falhas na supervisão de equipamentos que circulam por diferentes cidades. Especialistas apontam que a falta de regulamentação nacional unificada para parques de diversões contribui para incidentes recorrentes.
Impacto na comunidade local
A morte de João Victor da Silva, morador de Miguel Pereira, cidade vizinha a Petrópolis, deixou a comunidade em luto. Amigos e familiares usaram as redes sociais para prestar homenagens, descrevendo o jovem como uma pessoa alegre e cheia de planos. A notícia do acidente se espalhou rapidamente, gerando comoção entre os moradores da Região Serrana, que frequentemente participam de eventos como a Expo Petrópolis.
As duas jovens feridas, que sofreram escoriações leves, receberam alta na mesma madrugada. Apesar de não apresentarem lesões graves, o trauma psicológico do incidente pode ter consequências duradouras. Testemunhas relataram cenas de pânico no momento do acidente, com visitantes correndo e gritando enquanto equipes de socorro tentavam atender as vítimas. Vídeos gravados por presentes mostram ambulâncias estacionadas próximas ao brinquedo, com paramédicos trabalhando para estabilizar os feridos.
A interdição do Crazy Park também afetou a dinâmica da Expo Petrópolis. Embora o festival tenha continuado, a ausência do parque de diversões alterou a experiência de parte do público, especialmente famílias com crianças. A prefeitura reforçou a segurança em outras áreas do evento, com vistorias adicionais em estruturas e brinquedos restantes, para tranquilizar os visitantes.
Precedentes em parques de diversões
Acidentes em parques de diversões não são inéditos no Brasil. Além do caso de 2023 envolvendo o “Expresso do Amor” em Bangu, outros incidentes graves marcaram o setor nos últimos anos. Em 2021, um homem de 29 anos, William Ribeiro de Oliveira, morreu após ser esmagado por um brinquedo em um parque em Itu, São Paulo. O acidente, causado por uma falha no equipamento, deixou outras cinco pessoas feridas e expôs problemas na manutenção de brinquedos itinerantes.
Outro caso ocorreu em 2019, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, quando quatro pessoas, incluindo duas crianças, ficaram feridas após o desabamento de parte de um brinquedo. Apesar de o parque ter licença para operar, o incidente levantou dúvidas sobre a eficácia das vistorias realizadas pelos órgãos responsáveis. Esses episódios reforçam a necessidade de maior rigor na fiscalização e na regulamentação do setor.
- Casos notórios:
- 2023: Morte de Isabele Lacerda Belmont no “Expresso do Amor” em Bangu.
- 2021: Acidente fatal em Itu, com falha no brinquedo “Superman”.
- 2019: Desabamento de estrutura em Cabo Frio, ferindo quatro pessoas.
- Problemas recorrentes: Falta de manutenção adequada e fiscalização insuficiente.
- Demanda pública: Regulamentação nacional para parques itinerantes.
Medidas de segurança em debate
A tragédia em Itaipava reacendeu discussões sobre a segurança em parques de diversões no Brasil. Atualmente, a fiscalização de brinquedos itinerantes é responsabilidade das prefeituras, que emitem alvarás com base em laudos técnicos apresentados pelas empresas. No entanto, a ausência de uma legislação federal específica para o setor dificulta a padronização de normas de segurança, deixando brechas para incidentes.
Engenheiros e especialistas em segurança apontam que brinquedos como o “Expresso do Amor” exigem manutenção rigorosa, com inspeções diárias para verificar travas, estruturas e sistemas hidráulicos. A repetição de acidentes com o mesmo equipamento sugere que os protocolos de vistoria podem não estar sendo seguidos adequadamente. Além disso, a rotatividade de parques itinerantes, que operam em diferentes cidades por curtos períodos, dificulta o acompanhamento contínuo por parte das autoridades.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui diretrizes para a operação de parques de diversões, mas sua adoção não é obrigatória. Após o acidente em Itaipava, entidades do setor defenderam a criação de uma lei nacional que estabeleça padrões mínimos de segurança, incluindo certificações obrigatórias para brinquedos e treinamento para operadores. A proposta ganhou apoio de associações de consumidores, que cobram maior transparência na fiscalização.
Resposta da empresa
A Crazy Park, empresa responsável pelo parque em Itaipava, limitou-se a uma breve declaração ao jornal Diário de Petrópolis. A nota informou que equipes de primeiros socorros agiram rapidamente para atender as vítimas e que a empresa está colaborando com as autoridades. A desativação da página do Instagram do parque, no entanto, foi interpretada por alguns como uma tentativa de evitar críticas públicas.
A empresa também enfrenta questionamentos sobre a manutenção do “Expresso do Amor”. Embora o Crazy Park tenha apresentado laudos técnicos para obter o alvará em Itaipava, a repetição de acidentes com o mesmo brinquedo levanta dúvidas sobre a qualidade das inspeções realizadas. A Polícia Civil solicitou documentos relacionados à manutenção e à operação do equipamento, que serão analisados como parte da investigação.
A Expo Petrópolis, por sua vez, reforçou que o parque de diversões era uma atração independente, autorizada pela prefeitura em um espaço separado do festival. A organização do evento lamentou o ocorrido e informou que está prestando apoio às autoridades na apuração do caso. Apesar da tragédia, os shows programados para o festival seguiram normalmente, com reforço na segurança para evitar novos incidentes.
Repercussão nas redes sociais
O acidente gerou uma onda de indignação nas redes sociais, com milhares de usuários comentando sobre a segurança em parques de diversões. Vídeos do momento do resgate, mostrando ambulâncias e o pânico dos visitantes, viralizaram, amplificando a repercussão do caso. Internautas cobraram maior rigor na fiscalização e compartilharam relatos de outros incidentes em parques itinerantes.
- Reações principais:
- Usuários exigiram investigações sobre a manutenção do brinquedo.
- Homenagens a João Victor da Silva foram publicadas por amigos e familiares.
- Críticas à prefeitura pela liberação do alvará do Crazy Park.
- Impacto digital: Vídeos do acidente ultrapassaram milhões de visualizações.
- Demanda por mudanças: Campanhas online pedem regulamentação nacional.
A hashtag #JustiçaPorJoãoVictor ganhou destaque, com mensagens pedindo punição aos responsáveis e medidas para evitar novas tragédias. A comoção nas redes também pressionou autoridades a dar respostas rápidas, resultando na cassação do alvará do parque horas após o acidente.
Outros incidentes na região
A Região Serrana do Rio de Janeiro já registrou outros acidentes graves nos últimos anos, embora não relacionados a parques de diversões. Em janeiro de 2025, um casal de turistas morreu atropelado em Itaipava por um motorista que fugiu do local. O caso, que também envolveu uma perseguição policial, chocou a população e destacou problemas de segurança no trânsito da região.
Em 2019, um acidente em Petrópolis deixou quatro pessoas feridas após um carro atropelar um casal e colidir com um trailer. A mulher atropelada sofreu a amputação de uma perna, e o caso expôs falhas na sinalização de vias no distrito de Itaipava. Esses episódios, embora distintos, reforçam a percepção de que a segurança pública na região precisa de atenção contínua.
A tragédia no Crazy Park, no entanto, ganhou maior visibilidade devido à sua conexão com um evento popular como a Expo Petrópolis. A morte de um jovem em um momento de lazer, em um brinquedo que deveria oferecer diversão, intensificou o impacto emocional do caso. A prefeitura prometeu reforçar a fiscalização em eventos futuros, mas a confiança do público foi abalada.
Avanços na investigação
A Polícia Civil segue coletando evidências para determinar as causas do acidente. Além da perícia no “Expresso do Amor”, os investigadores estão analisando imagens de câmeras de segurança do Parque de Exposições de Itaipava. Os vídeos podem esclarecer se houve falha no equipamento ou erro na operação, como a ausência de travas de segurança adequadas.
Testemunhas relatam que o brinquedo estava funcionando normalmente antes do incidente, mas parou abruptamente, o que pode ter causado o arremessamento de João Victor. A condição das travas de segurança é um dos principais pontos da investigação, já que falhas semelhantes foram apontadas no acidente de 2023 em Bangu. A Polícia Civil também solicitou laudos de manutenção do brinquedo, que devem ser comparados com os padrões exigidos pela ABNT.
A investigação pode levar semanas, mas a pressão pública por respostas é crescente. A morte de João Victor e o histórico de problemas com o “Expresso do Amor” colocaram o Crazy Park e as autoridades municipais sob escrutínio. Enquanto isso, a família do jovem busca justiça, e a comunidade de Petrópolis espera medidas concretas para evitar novas tragédias.
(Informações Mix Vale)