O Fantástico deste domingo (20) mostrou histórias de violência em partos realizados pela médica influencer Anna Beatriz Herief. Em um dos casos, a paciente Larissa Bastos Kaehler teve a bexiga cortada durante a cesárea de emergência, enquanto o útero estava intacto (veja no vídeo acima).
A obstetra teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro. Ela nega as acusações.
O fato foi percebido pela equipe médica de emergência do hospital, acionada para assumir a cirurgia no lugar da doutora Anna Beatriz. A família contratou um perito médico, o obstetra Ivo Costa Júnior, para analisar o caso. No parecer, com base no prontuário e nas imagens do vídeo do parto, ele afirma que “Anna Beatriz achava realmente que tinha aberto o útero, tanto é que colocou imediatamente a mão dentro da incisão para retirar o feto”.
Ele completa: “As imagens são surreais, retirado o feto por dentro da bexiga… algo nunca visto na obstetrícia”.
A médica diz que sabia o que estava fazendo: “Eu transpassei a bexiga propositadamente porque se demorasse mais ou menos cinco minutos, ou mais, para que se rebaixasse a bexiga, antes de tirar o bebê e procurar o útero, era uma emergência fetal”.
Larissa teve uma gravidez de alto risco. Foi diagnosticada com pré-eclâmpsia, um tipo de hipertensão gestacional. O caso se tornou ainda mais grave porque o bebê também foi afetado.
Ao olhar as imagens do parto, Larissa notou que a obstetra e seus ajudantes mexiam no celular durante o procedimento.
O trabalho de parto durou doze horas — sem grande progresso nas últimas seis. A doutora Beatriz decidiu usar um aparelho para puxar o bebê, o vácuo-extrator.
O manual do aparelho e a literatura médica recomendam no máximo três tentativas de uso do vácuo-extrator. O prontuário do parto de Larissa mostra que as médicas tentaram sete vezes. “Eu não tentei sete vezes. Eu tentei três a quatro vezes, como dizem as diretrizes”, diz a médica. Só quando os batimentos cardíacos do bebê diminuíram, ela decidiu fazer a cesariana.
O filho, Louie, foi reanimado, mas depois de um nascimento tão traumático, o futuro do menino, que está com um ano, ainda é incerto. Isso porque a falta de oxigenação no momento do parto pode ter causado danos cerebrais que ainda não foram totalmente identificados.
(Com informações G1)