Operação Owari – 18/11/2009
O fantasma da cassação já perturba Valdecir
Porteira por onde passa um boi passa uma boiada. A ação civil pública do Ministério Público contra o prefeito Ari Valdecir Artuzi, (PDT) ajuizada ontem na 5ª. Vara Civil da Comarca de Dourados, consequência da operação Owari, agora com o pedido de cassação de seu mandato, e, neste caso, sem foro privilegiado, pode ser o início de uma enxurrada de julgamentos que muito provavelmente desembocarão na necessidade de eleições extemporâneas em Dourados, já no ano que vem. Além desta ação, por improbidade administrativa, há outros processos no Tribunal de Justiça, que vão de pedofilia à corrupção ativa. Não tem como se safar. Por mais equilibrado que seja, o que, definitivamente, não é o caso, numa situação dessas o sujeito perde de vez prumo. Ainda mais para quem, a cada chuvarada, tem um oceano de buracos quadriculados para tampar.
Segunda-feira, por exemplo, Valdecir saiu feito doido para Campo Grande, chegando esbaforido ao gabinete do governador André Puccinelli (PMDB), sem marcar audiência, pedindo ajuda para destrinchar a questão da desapropriação das áreas por onde deverá passar a Perimetral Norte. Uai, não estava tudo certo? Ou seja, não conseguiu cumprir com sua parte no acordo. E sem área desapropriada, André já avisou, não tem Perimetral.
Mas não era só por causa da Perimetral que Valdecir suava frio e tremia mais que vara verde no gabinete do governador. É que ele já viajou sabendo surpresinha que o Ministério Público lhe reservava e, mais, da convocação de sua digníssima Maria para depor no Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, dia 18 de dezembro. Mais essa? Tadinho do Valdecir, não chega o Jorginho, a Marcinha e o Sandrão?
Claro que Valdecir não está sozinho nessa encrenca. O ex-prefeito Laerte Tetila (PT), em cuja administração começou essa lengalenga do Hospital Santa Rosa, também está na fita. Só que Tetila não é mais prefeito. Se condenado, o máximo que pode acontecer é ter os direitos políticos suspensos.
Até poucos dias atrás Valdecir ainda achava que tudo isso não passava de lenda. Agora parece que caiu a ficha. ‘É só a ponta do iceberg’, teria advertido um assessor, desconfiado que o prefeito não tem noção, ainda, do tamanho da geleira que se aproxima do CAM.
A maior prova de que o tormento da cassação bateu à porta do Valdecir é que até o tradicionalíssimo O Progresso já ousa a tratar do assunto, em manchete de capa, como aconteceu hoje. E, pior, o aliado de primeira hora, o Diário-MS, parece que também perdeu o medo. Basta ver o que escreveu hoje em sua ‘De Olho’ o colunista social Barbara Neto.
Com isso, Geraldo Resende (PMDB), desafeto número um do prefeito, cujo projeto político é se reeleger bem deputado federal para disputar a prefeitura em 2012, começa a coçar o bigode diante da possibilidade de inversão deste projeto, ou seja, disputando a prefeitura já em 2010.
Fonte: Blog www.valfridosilva.com