Refugiados Políticos – 09/02/2010
Um deles é o poeta e jornalista Anuncio Marti Mendez que pode estar residindo numa das 78 cidades de Mato Grosso do Sul e que já morou em Dourados
O jornalista Anuncio Marti Mendez que o Governo do Paraguai quer que o Brasil extradite esteve morando em Dourados em meados de julho de 2007, chegando inclusive a prestar serviço a entidades locais e manter contatos com políticos petistas. Ele também divulgou o seu livro na cidade e visitou empresas de comunicação como o douradosinforma.O Governo do Paraguai quer que o Brasil extradite três militantes de esquerda que estão morando em território brasileiro na condição de refugiados políticos. Um deles é o poeta e jornalista Anuncio Marti Mendez que pode estar residindo numa das 78 cidades de Mato Grosso do Sul. Além de Anuncio Marti, o Paraguai quer que as autoridades brasileiras autorizem a expatriação de Juan Arrom e Victor Colman, ex-dirigentes do PPL (Partido Pátria Livre). Os três são considerados pelo governo de Fernando Lugo como “terroristas” e “seqüestradores” e seus nomes constam no site da Interpol como “procurados”. Os três paraguaios foram processados pelo suposto seqüestro de Maria Edith Bordon que foi libertada em fevereiro daquele ano após 64 dias em cativeiro. Edith que era esposa de um grande empresário paraguaio foi libertada depois de pagar o resgate. Depois disso Marti e Colman vieram para o Brasil onde passaram a viver na condição de refugiados políticos. Em 2006 a Chancelaria Paraguai tentou extraditar os três sem sucesso por causa da condição de refugiados. Na semana passada Arrom, Marti e Colmam passaram a figurar numa lista feita pelo governo paraguaio como supostos membros do autodenominado EPP (Exército do Povo Paraguaio), um grupo criado a partir do Partido Pátria Minha ao qual o governo de Lugo atribui vários seqüestros e homicídios. O governo paraguaio está oferecendo uma recompensa de até 500 milhões de guaranis o equivalente a US$ 107 mil para quem ajudar na captura dos “membros do EPP”.Na edição de hoje do jornal ABC, em Assunção, foi publicado que uma comissão especial criada pelo Ministério das Relações Exteriores do Paraguai deverá apresentar no dia cinco de fevereiro ao chanceler Hector Lacognata o pedido de modificação do “status” de refugiados políticos concedidos pelo governo Brasileiro através do CONARE (Conselho Nacional de Refugiados) aos militantes de esquerda Juan Arrom e Anuncio Marti.Em 5 de junho de 2007 o douradosinforma divulgou que Marti estava na cidade para contar um pouco de sua história como militante do Partido Pátria Livre e das perseguições políticas sofridas do governo paraguaio, mais especificamente, do Partido Colorado, que estava no poder há 60 anos no país vizinho. Mendez, de acordo com o que ele disse ao site, é um dos três membros do Partido Pátria Livre, que em janeiro de 2002, foram seqüestrados e torturados por policiais e agentes do Estado do Paraguai. Segundo ele, durante 16 dias, os três ficaram foram submetidos a as práticas de terrorismo de Estado. “Eles queriam que a gente assinasse um termo em que reconheceríamos uma conspiração contra o governo paraguaio. Nos recusamos e por isto fomos torturados. Fomos resgatados graças ao trabalho da imprensa ”, disse.Conforme o jornalista, apesar de documentado, com fartas provas contra os policiais e seus mandantes, a Justiça Paraguaia nada fez, apesar do flagrante envolvimento de autoridades, ministros e chefes de polícia no seqüestro. Acusado de participar de movimentos guerrilheiros na América do Sul, Mendez já estava em 2007 refugiado no Brasil há quatro anos. Naquele ano o jornalista esteve em Brasília e em Maringá, onde conheceu mais de perto alguns dos movimentos sociais existentes no Brasil, como o MST (Movimento Sem-Terra). No dia 5 de junho de 2007 Mendez esteve na Câmara de Vereadores, onde visitou o vereador Tenente Pedro (PT). Aqui ele divulgou o seu livro “Cuarderno de Refugiado”, onde conta parte de sua trajetória como exilado político.Mendez atua como jornalista desde 1989. Em sua história profissão consta a passagem por alguns dos mais conhecidos veículos de comunicação do Paraguai, como Diário Hoy, Diário El Comercial e Diário Noticias. (Midiamax e Douradosinforma)
Olho: Mendez foi torturado por policiais e agentes paraguaios durante 16 dias
Fonte: Folha de Dourados