Reinaldo de Mattos Corrêa (*) –
Em 7 de junho de 2024, celebramos o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, um momento crucial para refletir sobre o papel fundamental da imprensa em uma sociedade democrática. A imprensa livre é pilar essencial para a construção de uma nação justa e informada, onde o debate público floresce e os cidadãos podem exercer seus direitos de forma plena.
No entanto, o cenário atual apresenta desafios preocupantes. A proliferação de notícias falsas, as chamadas “fakenews”, ameaça a credibilidade da informação e corrói as bases da democracia. As fakenews, muitas vezes disseminadas com fins maliciosos, podem gerar polarização social, alimentar conflitos e até mesmo influenciar decisões políticas.
Combater a desinformação é crucial, mas criminalizar as fakenews não é a solução. Essa medida, além de ser ineficaz, pode representar um grave risco à liberdade de expressão. Ao criminalizar as fakenews, corremos o risco de silenciar vozes críticas, sufocar o debate saudável e abrir caminho para a censura e o autoritarismo.
A responsabilidade pelo combate à desinformação recai sobre todos nós: governo, sociedade civil, imprensa e indivíduos. É necessário um esforço conjunto para promover a educação midiática, estimular o senso crítico e fortalecer a cultura do debate aberto e honesto.
O governo, por sua vez, deve:
- Promover a transparência: aumentar a transparência nas ações governamentais é fundamental para combater a desinformação. O governo deve fornecer acesso fácil e irrestrito a informações públicas, garantindo a qualidade e a confiabilidade dos dados.
- Investir em educação midiática: é necessário investir em programas de educação midiática que ensinem as pessoas a identificar e analisar criticamente as informações que consomem.
- Apoiar o jornalismo profissional: o jornalismo profissional é essencial para o combate à desinformação. O governo deve apoiar iniciativas que fortaleçam o jornalismo independente e de qualidade.
A sociedade civil também tem um papel fundamental:
- Organizações da sociedade civil: organizações da sociedade civil podem contribuir para o combate à desinformação por meio de campanhas de conscientização, projetos de educação midiática e monitoramento da circulação de notícias falsas.
- Empresas de tecnologia: as empresas de tecnologia que operam plataformas de comunicação online devem assumir a própria responsabilidade no combate à desinformação. Essas empresas podem implementar medidas para identificar e remover notícias falsas de suas plataformas, além de promover a educação midiática entre os usuários.
- Cidadãos: cada cidadão pode contribuir para o combate à desinformação sendo crítico em relação às informações que consome, verificando a fonte e a confiabilidade das notícias antes de compartilhá-las e denunciando conteúdos falsos.
A imprensa, por sua vez, deve:
- Manter os mais altos padrões éticos e profissionais: a imprensa deve se comprometer com a verdade, a imparcialidade e a verificação dos fatos.
- Promover o jornalismo investigativo: o jornalismo investigativo é importante para desmascarar notícias falsas e revelar a verdade. A imprensa deve investir na produção de jornalismo investigativo de qualidade.
- Engajar-se com a comunidade: a imprensa deve buscar uma relação transparente e de diálogo com a comunidade, respondendo a críticas e sugestões e promovendo o debate público.
O Dia Nacional da Liberdade de Imprensa é um momento para celebrarmos a importância da imprensa livre e para reafirmarmos nosso compromisso com a verdade, a informação de qualidade e o debate democrático. Combater a desinformação é um desafio, mas com responsabilidade e união de esforços, podemos construir uma sociedade mais informada, justa e livre.
Lembre-se: a liberdade de expressão é um direito fundamental e a informação de qualidade é essencial para o exercício da cidadania. Juntos, podemos construir um futuro onde a verdade prevalece e a democracia se fortalece.
(*) Produtor Rural em Mato Grosso do Sul.