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7º encontro do folclore de Amambai é um legado da sabedoria popular

Em terra de Saci, todo chute é uma voadora; em um universo digital, todo folclore é a garantia do saber de um povo

Por Viviane Viaut –

A palavra folclore tem origem inglesa e é uma união das palavras folk, que em português significa povo, popular, e lore, cultura, saber. O folclore é dinâmico, é criado dia a dia pelo povo, é o conhecimento popular que se renova. Promover o folclore garante o saber de um povo.

O 7º Encontro do Folclore de Amambai, realizado pela Associação Cultural Amambaiense, referenda toda esta importância do saber do povo.

A iniciativa acontece nos dias 2 e 3 de setembro, na Estação Cultura, sede da entidade, uma organização não governamental formada por pessoas dispostas a doar seus tempos em prol da cultura.

A diversificada programação consta de atividades lúdicas, oficina de fotografia Lambe Lambe, torneio de truco, música, muita música, palestras e manifestações culturais da região fronteiriça do estado de Mato Grosso do Sul.

7º encontro do folclore de Amambai é um legado da sabedoria popular
Violas de São Gonçalo – Arquivo

Dilcelia Gabardo Eicke é a presidente da Associação Cultural Amambaiense. Ela fala sobre o Encontro do Folclore: É um grandioso evento que busca reviver tradições e culturas, é a oportunidade de apresentar para esta geração tão envolvida com tecnologia as cantigas, histórias e contos de nossos pais e avós.  “As brincadeiras e travessuras do Saci, as pegadas de rumo estranho do Curupira, a mula sem cabeça, o boitatá, o encanto da Iara! Jogos como sortija, brincadeiras e danças também alegram nosso evento! Por que não recordar, apresentar e divertir-se com Toro Candil?

Quer cultura e tradição mais rica e regional que esta? Isso é o Encontro do folclore.”, instiga Dilce.

7º encontro do folclore de Amambai é um legado da sabedoria popular
Produção da erva mate na década de 30 – Foto: arquivo

Erva Mate

Duas palestras abordam o cultivo de erva mate no estado de MS, período importante para o desenvolvimento da região. Abdo Mariano, um dos palestrantes, vivenciou a vida nos ervais. “Antigamente, a erva mate era produzida pela mão de obra principalmente de indígenas e paraguaios. O mineiro, como era chamado este trabalhador, saía do seu ranchinho muito de madrugada e ia até o erval num local previamente escolhido e ali ele cortava os galhos dessa árvore, desfolhava e arrumava no raído  que seria transportado por ele na suas costas até o local da ranchada, ali ele largava o raído que era pesado pelo capataz e anotado o peso numa livreta”, conta Abdo. Destaca que o mineiro tinha a função de colher e transportar o seu raído, que chegava a pesar até 300 kg.

A Sortija

É a festa mais tradicional em Amambai, com sua origem em meados dos anos 60, onde era realizada no dia 8 de dezembro, em homenagem ao dia de Virgem de Caacupê, a padroeira dos povos paraguaios.

A brincadeira discorre da seguinte maneira: cavaleiros disputam uma corrida em que se deve alcançar o arco enfeitado, onde se encontram as sortijas (argolas finas, em espanhol). De posse de uma vareta, com aproximadamente 50 centímetros, cada cavaleiro tenta pegar do arco o máximo de argolas possível. A cada argola conquistada, um lenço colorido é amarrado aos apetrechos do cavalo. Ao final da disputa, declarava-se vencedor o cavaleiro que possuir maior número de lenços coloridos amarrados ao arreio do cavalo.

7º encontro do folclore de Amambai é um legado da sabedoria popular
Brincadeiras farão a diversão da gurizada e, por que não, dos adultos – Ilustração: Artista plástico carioca Ivan Cru

Brincadeiras nada digitais

Pandorga, bolita, bola de meia, trompo araçá, roda no arame, pula corda, bambolê, telefone de lata e pernas de pau e de lata farão a diversão da gurizada e, por que não, dos adultos. Brincadeiras tradicionais que estão perdendo espaço para os eletrônicos e digitais.

Conheça a programação

Dia 2 de Setembro / Sábado

*9h

Oficina de Fotografia  Lambe Lambe

Com Cássia Xavier, Gustavo Falqueiro e Maurício Sapata

Vagas limitadas

Inscrições: (67) 3481-2676

*10h

Festival de pandorgas

Bolita

Bola de meia 

Trompo araçá

Roda no arame

Pula corda

Bambolê

Telefone de lata

Pernas de pau e de lata

Torneio de Truco Espanhol – com os truqueiros de Amambai e convidados

*19h

Abertura Oficial

*19h30

Cultivo de Erva-Mate no Estado de MS: uma Análise Histórica, Presente e Futura

Palestrante: Pós-Dr. Moisés Centenaro

*20h30

Violas de São Gonçalo e Galera do Violão

*21h

Veredas dos ervaes 

Beneficiamento da erva mate com referência na década de 1930

Palestrantes: Abdo Mariano e Valdeci Pedroso

Dia 3 de setembro / Domingo

*8h

7 Gaiteiros na Casa dos Sortijeros

 Italino Bonamigo – Borginho  – Rogério – Atílio – Eraldo – Edson – Edu Henrique

*10h

La Sortija

*12h

Arroz Carreteiro, salada, farofa e mandioca frita

R$ 20,00 – Levar prato e talher

Saiba mais

Realização: Associação Cultural Amambaiense

Apoio: Sítio das Orquídeas / Viveiro Daneluz / Nery da Costa Júnior / Agro CBS / Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Amambai

Endereço:

Estação Cultura

Final do prolongamento da Rua Aral Moreira

Vila Limeira – Amambai MS

Telefone para contato:

(67) 3481-2676

Fontes: https://brasilescola.uol.com.br/folclore/saci-perere.htm

www.amambainoticias.com.br

Folclore nacional: isso só pode ser coisa de saci!

Quem nunca ouviu falar do Saci-Pererê? Todo mundo sabe alguma coisa sobre ele. Um ser mítico negro que habita as florestas, pequeno, com cerca de meio metro de altura e, mesmo possuindo apenas uma perna, se locomove rapidamente. O Saci Pererê usa um gorro vermelho na cabeça, fuma cachimbo e adora travessuras e pregar peças com as pessoas.

Talvez o Saci-Pererê seja o que melhor e mais intensamente represente o folclore do Brasil. Ou porque sua lenda remonta ao final do século XVIII ou começo do século XIX ou porque surgiu na região sul do Brasil entre os índios guarani,  sendo conhecido no idioma tupi-guarani como çaa cy perereg, fato que reforça sua brasilidade. Ou também porque a história do Saci se espalhou por todo território brasileiro e por países vizinhos, ainda mais depois  que Monteiro Lobato, em 1921, adaptou a lenda para o público infantil ao publicar O saci, livro que faz parte da coleção do Sítio do pica-pau-amarelo.

Em terra de Saci, todo chute é uma voadora; em um universo digital, todo  folclore é a garantia do saber de um povo.

Dia do Saci

Existe atualmente no Brasil uma data comemorativa em homenagem ao saci-pererê31 de outubro. Foi criada em 2003, por meio do projeto de lei federal nº 2.479, visando promover o resgate das figuras do folclore nacional e reduzir a influência da cultura estrangeira, uma vez que o dia 31 de outubro é mundialmente conhecido como o Dia das Bruxas ou Halloween.

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