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Rose Modesto anuncia pré-candidatura ao Governo e saída do PSDB

A deputada federal Rose Modesto anunciou na manhã desta segunda-feira (07) sua pré-candidatura ao Governo de Mato Grosso do Sul, pelo União Brasil (partido que surgirá da fusão entre DEM e PSL). Ela deixará o PSDB na janela partidária.

O anuncio ocorreu em evento realizado no hotel Deville, em Campo Grande, e transmitido pelas redes sociais.

Rose lembrou da pandemia da Covid-19, disse ter perdido a avó materna e quatro primos para a doença. A pré-candidata ainda mandou um recado: “Não vou me juntar com os grandes para prejudicar os pequenos”.

A pré-candidata afirmou ainda que Mato Grosso do Sul já teve 11 governadores e trabalha para ser a primeira mulher a entrar na lista histórica. “Quero participar, contribuir, não quero inventar a roda, mas sim, fazer a roda girar”.

Ainda segundo a pré-candidata, não se reduz desigualdade sendo de esquerda ou direita. “A gente combate desigualdade, com sustentabilidade, sem populismo barato”.

A transmissão do evento aconteceu pelas redes sociais e teve a participação de Athayde Nery, da ex-prefeita de Coxim, Dinalva Mourão e diversos políticos que acompanharam de forma remota o anúncio, somente com Rose Modesto no formato presencial. Rose anunciou ainda sua saída do PSDB, mas a desfiliação deve ocorrer apenas na janela partidária, entre março e abril deste ano. A filiação da parlamentar já era esperada no União Brasil e só faltava o anúncio para confirmar. 

O novo partido, criado pela fusão do DEM com o PSL, precisa apenas da homologação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A senadora Soraya Thronicke comanda a sigla no Estado.

Questionada sobre a pré-candidatura a vice, Rose afirmou que isso precisa ser construído, até 2 de abril — período que encerra a janela partidária. “Não existe nome tradicional. Não funciona mais entrar numa sala com cinco ou seis caciques, no ar-condicionado e definir o vice. Isso muda a cada eleição”.

A pré-candidata afirmou ainda que todas as pesquisas mostram seu nome como possibilidade e as alianças também serão definidas até a janela partidária. “Estarei atenta a ter aliança com partidos, mas o nome que colocar à disposição como vice e Senado, tem que encontrar ressonância com a população de Mato Grosso do Sul. Vamos fazer escolha no momento certo”. (Com Mídia Max)

Leia abaixo o discurso na integra:

“Hoje é um dia especial para mim. Confesso que não é fácil estar aqui para anunciar que sou pré-candidata ao governo do Mato Grosso do Sul. Sem dúvida, é o maior desafio da minha vida.

Antes de tudo, gente, preciso agradecer. Agradecer todos que me ouvem do fundo do meu coração. Este momento não é meu. É nosso. E é tudo nosso. Porque é juntando forças que se vai além.

Quero também aqui render minha solidariedade às milhares de famílias sul-mato-grossenses que perderam parentes queridos para a Covid-19.

Esta pandemia, que não acabou ainda, testou todos os nossos limites físicos, financeiros e emocionais. Levou nossos profissionais da saúde ao extremo. Viva as vacinas! Viva a ciência! Viva o SUS!

Começo deixando uma coisa bem clara: coragem não é um atributo masculino ou feminino. Coragem não tem sexo. Coragem é um ato de amor.

E o que me traz aqui hoje é, exatamente, o amor que sinto pelo nosso estado.

Sou uma mulher de 43 anos, cristã, a única menina de cinco filhos da dona Fulgência e do seu Alcides, uma trabalhadora doméstica e um trabalhador rural.

Venho de uma família humilde, modesta até no nome. Vim do interior primeiro. Depois da periferia.

Nasci em Fátima do Sul, no distrito de Culturama. Tenho muito orgulho das minhas raízes interioranas.

Viemos tentar a sorte aqui na capital. Eu era criança. O que minha mãe mais queria era ver a gente estudando. E tratou de matricular os filhos numa escola pública. O plano de dona Fulgência deu muito certo.

Hoje posso dizer sem erro: a educação salvou a minha vida. Eu sou mais um milagre da educação!

Consegui me formar graças a uma bolsa de estudos. Batalhei, cresci e me tornei professora em Campo Grande, onde trabalhei em sete escolas.

Tenho duas paixões: sou professora por formação e política por vocação. Cresci em sintonia com o povo. Tenho muito orgulho da minha trajetória e sou grata a todos que me ajudaram nessa caminhada até aqui.

Fui ajudada por muita gente. Quero retribuir o amor que recebi. Cada um de nós importa nessa jornada. E unidos nessa travessia, vamos transformar o nosso estado.

Darei o melhor de mim nessa disputa. Estou entrando de cabeça nesse processo. Vou trabalhar para sair desta eleição melhor do que entrei.

Mas os fins, para mim, não justificam os meios. Não farei acertos com os grandes para prejudicar os pequenos.

Não vou me curvar a nada ou a ninguém que ameace retirar direitos dos cidadãos. E nem vou ser cúmplice de privilégios.

A capacidade de me indignar e de fazer desta indignação uma causa, mobilizando gente, me deu a coragem necessária para tomar a difícil decisão de entrar na política.

E a experiência me ensinou que fora da política não há salvação. É a boa política que garante a democracia e o estado de direito, conquistas do povo brasileiro.

A mais frágil democracia ainda é melhor do que a mais poderosa ditadura. Só nas democracias nossas liberdades estão garantidas.

Por isso, sempre honrei os mandatos que recebi democraticamente do povo do meu estado.

Eu sou o que sou, sem maquiagem, sem duas caras: uma pessoa simples, corajosa e autêntica.

Sou trabalho e fé em Deus. Essa sou eu. Essa é minha biografia. E é assim que me apresento ao povo do meu estado: sem máscara, de maneira transparente.

Vou pedir licença e partir logo para um papo reto, sem voltas ou rodeios, respondendo duas perguntas que considero inevitáveis.

Primeira pergunta: por que eu quero ser governadora?

Porque eu quero servir ainda mais ao povo de Mato Grosso do Sul.

Acredito na força da nossa gente trabalhadora que, mesmo enfrentando todo tipo de dificuldades, não desiste de ser feliz.

Eu também não desisto de ser feliz e de fazer as pessoas felizes.

Desistir é uma palavra que não faz parte do nosso dicionário. Somos sul-mato-grossenses. Não desistimos nunca.

Um projeto dessa envergadura jamais será fruto de um desejo pessoal. Ninguém é candidato de si mesmo.

Uma pré-candidatura ao governo do estado para ser competitiva deve ter sua origem na força de muita gente e na união de muitos sonhos. Porque sonho que se sonha junto se torna realidade.

Mato Grosso do Sul nasceu do sonho de muita gente que queria transformar este pedaço maravilhoso do Brasil num lugar de liberdade, numa terra de oportunidades, num exemplo para todo País.

Não acredito em salvadores da pátria. O desenvolvimento é um processo contínuo. É resultado das nossas escolhas.

Cada homem que teve a honra de ser eleito para governar o Mato Grosso do Sul contribuiu para chegarmos até aqui com seus erros e acertos. Muito foi feito. Muito falta por fazer.

Gentileza gera gentileza. Por isso, eu agradeço a Wilson Barbosa Martins, Ramez Tebet, Marcelo Miranda, Pedro Pedrossian, Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja.

Obrigada a estes senhores. E aos que já nos deixaram, obrigada às famílias.

É uma pena que ainda não haja uma mulher nesta lista histórica. Mas os ventos da mudança sopram forte, trazendo a possibilidade de realizar esta façanha inédita de, enfim, ter uma mulher à frente do Governo do Mato Grosso do Sul.

Não tenho a pretensão de inventar a roda. O meu compromisso é o de fazer a roda do poder público girar mais rápido, porque quem tem fome, quem espera na fila dos hospitais, quem está sem emprego ou quem está empregado ganhando pouco, tem pressa.

Vivemos num tempo em que se ensaia uma tímida retomada econômica, ainda com renda muito concentrada e empregos precários, salários em queda e uma inflação alta demais, que maltrata as famílias mais pobres.

Hoje você precisa de mais de 100 reais para fazer aquela comprinha que ontem você fazia com 60 reais.

A luz está cara. A gasolina está cara. A comida está cara. O aluguel está caro. Os impostos estão caros. A vida está muito mais cara. E a grana das famílias está muito mais curta. Isso tem que mudar. E se depender da gente, vai mudar.

Segunda pergunta inevitável que eu gostaria de responder aqui é o que o povo de Mato Grosso do Sul ganha se me der a honra de me eleger governadora?

Ganha a certeza de um governo sério.

Um governo que vai trazer progresso. Vai aprofundar a digitalização da governança. Vai tratar com rigor os recursos públicos. Vai respeitar os servidores. Vai governar para todos e, em especial, para quem mais precisa. E vai aliar eficiência e afeto, produção e preservação.

Somos um estado rico que não pode escolher permanecer tão desigual. A pandemia escancarou nossas desigualdades. Impossível tapar o sol com peneira neste contexto digital.

Precisamos agora focar na inclusão social. Para isso, temos de cuidar das contas públicas para cuidar das pessoas, criando as condições econômicas para ampliar os programas de transferência de renda.

Não faz sentido algum ser um gigante do agronegócio e ver parte da nossa população voltar a passar necessidade.

Não dá para aceitar ser um dos maiores produtores de grãos e proteína do planeta e conviver com a fome de novo, que já está na mesa de milhares de famílias sul-mato-grossenses.

A gente não reduz desigualdade sendo de esquerda ou de direita. Nem defendendo estado máximo ou estado mínimo.

A gente combate a desigualdade sendo sustentável. Fazendo mais. Sendo responsável fiscal e socialmente. Sem enganação. Sem embromação. Sem populismo barato.

Eu não caí de paraquedas aqui. Tenho uma história de serviços prestados ao nosso estado.

E agora, mais experiente, me sinto mais preparada e vou disputar o governo. Me apresento para essa disputa de coração honesto. Sou Rose Modesto, vocês me conhecem bem.

Como professora, mais do que ensinar, aprendi a ouvir as pessoas. Por isso, vamos mudar o Mato Grosso do Sul ouvindo para governar e tirando as pessoas da invisibilidade.

Eu sei que a caminhada vai ser longa e difícil, mas será vitoriosa com a ajuda de Deus e o apoio do povo. Eu boto fé.

Antes vamos ter de enfrentar a arena eleitoral. E quando a legislação eleitoral permitir, faremos uma campanha limpa.

Meus adversários não são meus inimigos. Não estamos em guerra uns contra os outros. Não vivemos num vale tudo.

Somos todos sul-mato-grossenses. Somos irmãs e irmãos. Vizinhos. Compadres e comadres. Uma grande família. O respeito ao outro vai pautar minha postura nessa disputa.

Quero vencer nos argumentos, nas ideias, no debate democrático, na moral.

Aproveito aqui para agradecer ao PSDB, partido no qual deixo muitos amigos. Tomamos agora caminhos diferentes. Decidimos viver e não ter a vergonha de ser feliz. É a vida e é bonita.

Será uma jornada muito difícil. Daqui a pouco, vão começar as provocações, as intrigas da má política. Podem vir quente que eu estou fervendo.

Não vão me intimidar. Não tenho medo de cara feia. Nunca dei ouvidos a preconceitos. Eu sei, e o povo também sabe, que o Mato Grosso do Sul não tem dono. O Mato Grosso do Sul é de todos nós que respeitamos a lei.

O que estou anunciando aqui é uma pré-candidatura fruto de um amadurecimento democrático. Ninguém precisa ter sobrenome importante para liderar o Mato Grosso do Sul.  

A beleza da vida é juntar pessoas. Não é separar pessoas. A diversidade fortalece. A polarização enfraquece. Temos muitos talentos em Mato Grosso do Sul. E todos são bem-vindos neste movimento que começa hoje, aqui e agora.

Ser governadora não é uma obsessão. É uma convocação. Uma missão.  

Missão que assumo com o compromisso de aumentar o sarrafo da ética, a confiança no Mato Grosso do Sul e a esperança num futuro com mais justiça social. Este é o Norte que vamos dar para o nosso estado.

O povo sonha com um novo tempo. Bora então fazer acontecer este novo tempo. É isso que vamos entregar. É esta mobilização que vamos liderar.

Enfim, convido todos vocês que me ouvem a fazer parte deste movimento de mudança. Vamos mudar o Mato Grosso do Sul com esperança, ordem e progresso. A hora é agora. Já. Mãos à obra!

Muito obrigada.”

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