03/06/2020 11h01 – Por: Folha de Dourados
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O baixo número de casos no Estado de Mato Grosso do Sul vem estimulando a população sul-mato-grossense a levar uma rotina normal. Acontecimento que vem preocupando as autoridades locais de saúde sobre possíveis colapsos e sobrecarga nos hospitais da região.
Segundo pesquisa divulgada no domingo (31), o isolamento social em Mato Grosso do Sul é de 46,2%, a terceira pior taxa de isolamento do Brasil. Em Campo Grande, a taxa foi ainda mais fraca, 45,6%, ficando em segundo lugar.
“A população está querendo pagar para ver”, sintetizou ao Jornal Midiamax o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende. No mesmo domingo, momentos antes de iniciar transmissão para atualização dos números do coronavírus no Estado, ele se dizia impressionado ao seguir para o Parque dos Poderes e ver famílias inteiras sem máscaras, não respeitando o distanciamento social e caminhando normalmente.
“Havia grupos inteiros de pessoas conversando. Recebemos informações de festas em bairros com quantidade enorme de pessoas. Mandaram até imagens de concurso de Miss Infantil. São pessoas querendo se expor, sentindo-se mais poderosas que um vírus que matou mais de 500 mil pessoas no mundo e trouxe a economia global à bancarrota”, afirmou o secretário.
Até o último domingo, casos de coronavírus registrados no Estado eram de 1.489. Ontem (2), os casos foram atualizados para 1.646, 159 pessoas infectadas a mais em 2 dias.
Em “primeiro lugar” no ranking do Estado, Dourados segue na liderança em casos de infectados por Covid-19.
Geraldo Resende ainda lembrou que a taxa de isolamento social no início da pandemia estava razoável, mas em poucas semanas Mato Grosso do Sul se consolidou entre as três piores taxas de isolamento do país. “E a taxa de isolamento de hoje repercute daqui a 14, 15 dias. Com a baixa adesão já estamos experimentando neste momento uma curva de ascendência, em crescimento exponencial”, continuou para o Jornal Midiamax.
Os casos crescem
A Secretaria de Estado de Saúde projetava o aumento de volumes de pacientes com taxa de contaminação do Estado próxima a 4 (cada infectado pode transmitir Covid-19 para até 4 pessoas). A média antes era de 1,9. “E isso vai levar um grupo, um contingente específico, a depender de leitos clínicos e de UTI. E o trabalho ao longo desses 5 meses, com envolvimento de servidores do Estado e municípios, vai por água abaixo pois, certamente, poderemos repetir o que ocorreu em alguns Estados”.
Há risco de faltar leito porque, de uma hora para outra, podemos ter um ‘boom de casos’ e vamos necessitar. Dourados já demonstra isso: o número de ocupação de leitos lá equivale a mais de 60% do Estado”, disse Geraldo Resende.
Menor casos de morte
Mesmo com o avanço da doença em Mato Grosso do Sul, o Estado segue entre os Estados com menor incidência de mortes no país.
(Carlos Deanhaiha, Folha de Dourado, com informações do Midiamax)
