31/05/2018 08h52
Um jogo que simulava um massacre a tiros em escola do Estados Unidos teve o lançamento cancelado na plataforma Steam após causar ultraje entre sobreviventes e familiares de vítimas de ataques armados no país. Um petição online com 180 mil assinaturas pedia o impedimento do game, no qual o usuário poderia ser um agente policial, um atirador ou um cidadão no momento da chacina.
A Valve, que detém a propriedade da plataforma, atribuiu o cancelamento do jogo não às críticas, mas ao mau comportamento do desenvolvedor do game, batizado de “Active Shooter” (“Atirador em atividade”, em tradução livre, é como reportam os policiais diante de ocorrências do tipo). O acusado nega envolvimento, segundo a “BBC”.
Um trecho divulgado no distribuidor digital mostra um jogador membro da SWAT, a polícia de elite americana, como personagem. Ele entra em uma escola para enfrentar um atirador. A perspectiva então muda para a do agressor, ao som de uma trilha de heavy metal. O curta termina com um rastro de corpos de estudantes que sujam um auditório, enquanto um quadro com estatísticas registra o número de policiais e civis assassinados neste tipo de ataque.
Petição contra jogo de ataque armado Petição contra jogo de ataque armado Foto: Reprodução/Change.org
O jogo tinha lançamento previsto para 6 de junho. Os responsáveis alegavam que a peça não promovia a violência, mas sim, oferecia “uma simulação das equipes de SWAT com papéis dinâmicos”. Na semana passada, porém, ganhou repercussão pela revolta de instituições contrárias à violência armada e de pessoas cujas vidas foram traumatizadas por ataques armados no país.
Parentes de dois estudantes mortos em fevereiro na escola de Parkland, na Flórida, consideraram o jogo “horrível”, em entrevista à rede “CNN”. O senador da Flórida Bill Nelson destacou que o desenvolver deveria se envergonhar da obra “indesculpável”.
Segundo a “BBC”, a Valve enviou um e-mail à mídia para explicar que o desenvolvedor é um usuário que já havia sido banido da plataforma e se apresentara com outros nomes.
“Ata Berdiyev é um troll, com histórico de abuso de consumidores, publicação de material com direitos reservados e manipulação de avaliações de usuários. Seu retorno em novos nomes veio à tona quando investigamos a controvérsia sobre o jogo. Não vamos fazer negócio com pessoa que agem dessa forma com nossos consumidores e com a Valve”, destacou a empresa. (EXTRA.GLOBO)
