MS – 10/10/2011
A Lei da qual determina que os mototaxistas de Mato Grosso do Sul devem oferecer toucas descartáveis aos passageiros entrou em vigor no dia 10 de agosto. Apesar deles cumprirem a legislação, oferecendo a touca aos passageiros, ela é pouco utilizada aqui no estado.
De acordo com a autora da Lei, deputada Dione Hashioka (PSDB), o modelo de touca definido não cobre apenas o couro cabeludo, mas toda a cabeça do usuário. “A parte interna dos capacetes é um proliferador de fungos e bactérias”, justificou a deputada Dione Hashioka.
Conforme a regulamentação, caso o mototaxista descumpra a norma está previsto uma multa de R$ 158,90. A Chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Ivanise Rotta salienta, que a fiscalização ocorre normalmente e, sobretudo, durante blitz em pontos estratégicos da cidade. “A exigência é que o Mototaxista tenha sempre disponível as toucas para oferecer, mas não tem como ele obrigar o passageiro a usá-la. Pra mim, é uma questão de saúde. Quantas pessoas não colocam o mesmo capacete?” explicou Ivanise Rotta.
Frota de mototaxista
Em Mato Grosso do Sul, há mais de 2.500 mototaxistas. De acordo com o Sindmototaxi (Sindicato dos Mototaxistas de Campo Grande), na Capital há 446 alvarás de motos, sendo que tem 750 trabalhadores atuando nesta área, pois existem dois turnos e, muitas vezes, eles utilizam o mesmo veículo. Ao realizar uma enquete com alguns deles, ficou evidente que as toucas plásticas não estão sendo utilizadas com freqüência.
Anilton Cardoso da Silva, de 36 anos, atua como mototaxista há 15, e informou que desde que houve esta regulamentação, no máximo, dois passageiros por dia solicitam as toucas. “Eu sempre ofereço. Mas dificilmente alguém aceita. Por exemplo, carrego 10 pessoas e só uma pede. Geralmente, são as mulheres que aceitam usar”, contou Anilton.
Outro mototaxista, que não quis se identificar, relatou que agora os capacetes são mais higiênicos, pois são impermeabilizados. Por isso, ele acredita que muitas pessoas não sentem a necessidade de colocar a touca descartável.
Para o presidente do Sindmototaxi, Dorvair Boaventura de Oliveira, conhecido como Caburé, os mototaxistas estão cientes da importância da lei, portanto, eles não têm culpa desta baixa aceitação. “A população ainda não se acostumou. É uma questão cultural. Talvez no futuro haja uma aceitação maior e os clientes exigirão as toucas descartáveis”, explicou o presidente.
Wile Zampieri Para o mototaxista Anilton Cardoso esta Lei é difícil de ‘pegar’
De acordo com o sindicalista, o custo do acessório ainda não foi repassado aos passageiros, pois eles já tinham feito a planilha de gastos antes do surgimento da Lei. Mas Caburé acredita que o custo deverá ser mínimo.
Fonte: Midiamas