16/03/2017 07h22
Por: Folha de Dourados
Desocupação extrema – Repercutiu (muito mal) a entrevista do deputado por Mato Grosso Victório Galli (PSC/MT), que diz que o Mickey (sim, o rato da Disney) é gay e que a Disney implanta a ditadura “gayzista”. Além de um sonoro “kkkkk”, espanta o grau de perversão da mente desse cidadão extremamente desocupado. Como se nosso país não tivesse problemas, como se as estradas do Mato Grosso não estivessem em petição de miséria, impedindo o escoamento da safra; como se a saúde no estado não estivesse na UTI; como se a educação não estivesse de recuperação, o cidadão se preocupa com a vida sexual do Mickey? Para que pagamos certos agentes públicos com nossos impostos altíssimos? Ora bolas, deputado, vá trabalhar e pare de ver perversão em tudo. Aliás, uma questão para os evangélicos homofóbicos: e se Deus tivesse colocado os gays no mundo para testar seu amor e compaixão ao próximo? Vocês iriam pro inferno de escorregador…
Cara de pau extrema – O Ministro do STF Gilmar Mendes dizer que tem dois tipos de caixa 2, o “do mal e o do bem” é de uma cara de pau extrema. Ou seja: se veio da turma do PT, é do mal. Se é do Aécio e da turma do golpe, é do bem. Tá difícil.
Hipocrisia extrema – O prefeito Dória (PSDB) chamou a imprensa de São Paulo para mostrá-lo, junto com moradores ricos da região da Av. Berrini, zona nobre da capital paulista, varrendo as ruas no que ele chama de projeto “Cidade Linda”. Acontece que, no dia anterior, a região de outra avenida, a Anhaia Melo, sofreu uma enchente terrível e o local ficou cheio de lama. Pergunte pra alguém da avenida alagada se o prefeito foi lá com sua indefectível vassoura e seu belo uniforme de gari midiático… Ninguém sabe, ninguém viu.
Testando nossa paciência – Parece que os prefeitos eleitos não estão nem aí com a opinião pública. Continuam chamando para suas secretarias e cargos de confiança pessoas envolvidas em denúncias de corrupção. Isso está acontecendo em várias cidades. Fiquem atentos e atentas.
Primeiro mundo só pra alguns – O caso da cobrança da bagagem nos aviões levantou uma questão atual: os empresários do setor disseram que “no primeiro mundo é assim e temos que ter regras iguais as da Europa e dos Estados Unidos”. Você já notou que querem igualar as coisas do Brasil com as europeias e americanas apenas em nossas obrigações? Por que então não igualam nossos salários, impostos e direitos com os de europeus e americanos? Se eu ganhasse igual a um americano e pagasse quatro vezes menos impostos, como eles, eu não ligaria de pagar pelo transporte de bagagem extra. Mas, querem que tenhamos taxas e deveres europeus e americanos, com salários e impostos escorchantes. Aí fica difícil…
Tiro no pé – A ida de Michel Temer e de líderes do PSDB para “tirar uma casquinha” na inauguração da transposição do Rio Francisco foi um tiro no pé. Primeiro porque chamaram a atenção para a obra que, todos sabem, saiu do papel graças ao empenho de Lula e Dilma. Segundo, porque o povo não é bobo. Com isso, a popularidade de Lula disparou nos estados do Nordeste e em todo o Brasil, carente de grandes obras de infraestrutura. Se tivessem ficado quietinhos, apenas botando o “trem” pra funcionar, ficaria de bom tamanho (para Temer e PSDB). Foram mexer no vespeiro, agora aguentem.
Falando em trem – Chegou a hora dos empresários do setor agrícola pensarem seriamente no investimento em uma ferrovia viável entre o Mato Grosso e os portos do Norte e Nordeste. Mas, um modal onde os caminhões saíssem das fazendas produtoras ou silos, embarcassem em vagões e desembarcassem em estradas próximas aos portos. Baixaria o frete, não tiraria emprego dos caminhoneiros, isso sem falar que construir ferrovias é mais barato que pavimentar a estrada e mantê-la depois, num lugar que chove muito, como a Amazônia. Olacir de Moraes (ex-rei da soja) pensou nisso. No que deu? Quem tiver a resposta, mande no meu e-mail.
Abraços e boa semana.
Marco ASA (Mtb 1.210/MS) é jornalista, publicitário e escritor. Contatos pelo e-mail [email protected]