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Futebol: “Abraço de tamanduá no Morenão…!”

30/07/2015 07h34

“Abraço de tamanduá no Morenão…!”

Por: Folha de Dourados

ARTIGO:

(*) Waldemar Gonçalves – Russo

Daqui de Dourados acompanhei a matéria elaborada pelo meu amigo e irmão jornalista Élvio Lopes, correspondente do jornal “O Progresso” em Campo Grande com relação ao abraço feito por desportistas; ex-atletas; árbitros e dirigentes esportivos ao estádio Pedro Pedrossian, o “Morenão” e em um dos atos, os mesmos que participaram do manifesto cobraram por mudanças no futebol profissional no Mato Grosso do Sul.
Ao ler a matéria, entendi -e entendo- que se preocupar com o futuro do maior estádio universitário da América Latina é muito justo, todavia, a maioria dos que lá estiveram marcando presença no suposto abraço, nada mais fizeram do que uma demagogia barata quanto ao futuro do futebol profissional Sul-mato-grossense.

É bem verdade que o Morenão pela sua história no âmbito do futebol brasileiro merece respeito; merece atenção e uma ampla manutenção e reestruturação em seu espaço físico para ser aberto ao público, mas para isso a UFMS deveria ter a iniciativa e contando com o apoio da Prefeitura; do Governo do Estado e até mesmo das grandes empresas e indústrias que existem na cidade, viabilizar as exigências cobradas principalmente pelo MPE e pelo Corpo de Bombeiros.

FALÊNCIAS

Como um verdadeiro “abraço de tamanduá” e cheirando a politicagem e oportunismo por parte de alguns que lá estiveram na rampa de acesso à entrada do magnifico estádio, algo em torno de 150 pessoas, a bem da verdade eles somente retrataram a média de público que comparecem nos jogos das equipes da capital, em especial do próprio Operário Futebol Clube, hoje se preparando para a 2ª divisão e o Comercial que está na série D do Brasileiro e que outrora, ambas as equipes, lotavam as arquibancadas e cadeiras em jogos regionais e a níveis nacionais, mas que por culpa de más gestões dos seus dirigentes, a partir do início da década de 80, faliram seus clubes, que inclusive, perderam as suas sedes para quitarem dividas, muitas delas trabalhistas que foram por eles deixadas.

Vale lembrar que há mais de dez anos, os estádios do interior sempre contam com bons públicos por conta dos bons planteis montados pelos esforçados dirigentes de clubes como o Naviraiense; Ivinhema; Corumbaense; 7 de Dourados; Águia Negra entre outros, o que não é o caso dos da Capital, em especial o tradicional “Galo” que além de ter sido sugado financeiramente pelos seus dirigentes, ainda amargam a segunda divisão há algum tempo; sem deixar é claro de lembrar o extinto Taveirópolis que quando em atividade, dava um trabalho danado para os seus adversários, quando atuava no então acanhado estádio Elias Gadia.

Além do Operário, clube como o genérico Novoperário; o próprio CENE (Clube Esportivo Nova Esperança); Comercial; Guaycurus e Campo Grande, também não conseguem levar público nem no estádio Olho do Furacão que tem capacidade para receber dois mil e 800 torcedores ou no Jacques da Luz, nas Moreninhas que pode receber até quatro mil e 400.

Não tenho procuração para defender a cúpula da FFMS, mas entendo que não se pode colocar a culpa do fracasso do futebol profissional aos que comandam a entidade como querem atribuir alguns dos manifestantes, mesmo porque, ela (a cúpula) foi eleita legitimamente com os votos dos próprios dirigentes de clubes profissionais e das ligas esportivas amadoras tanto da Capital como do interior, com muitos deles sendo integrantes da chapa que foi única. Se não teve adversário, a culpa com certeza não é de Francisco Cezário e seu grupo, como querem passar para a opinião pública, os seus adversários.

Entendo que não se pode culpar Francisco Cezário de Oliveira pela interdição do Morenão por determinação do Ministério Publico, pois como é de conhecimento de todos o estádio pertence à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), essa sim, responsável direta pela manutenção da maior praça esportiva do futebol do MS, cuja capacidade oficial caso liberado para jogos nos dias de hoje, é de 44.355 espectadores, e não a FFMS que apenas coordena as competições.

Ainda com relação à FFMS, não custa lembrar que através da sua diretoria o MS conquistou para os clubes disputar, duas vagas para a Taça São Paulo de futebol júnior; duas para a Copa do Brasil e Copa Verde; uma para o Brasileiro da série D e a mesma não se pode ser responsabilizada dos fracassos de seus afiliados nestas grandes e importantes competições nacionais, e sim os dirigentes, bastam ver as campanhas deles nos últimos anos, os quais não passam da primeira fase, e isso é fato.

No abraço simbólico ao Pedro Pedrossian que foi realizado na manhã de sábado passado (25/07/2015) na qual classifico como de tamanduá na qual reuniu pífios 150 desportistas conforme reportagem do Élvio Lopes, a manifestação teria sido organizada pelo Mutirão Pró-Futebol e coordenado pelo radialista Arthur Mário Medeiros Ramalho; o ex-zagueiro do Operário Futebol Clube, Amarildo Carvalho e do também ex-atacante Nelson Barros, o Chaveirinho e que contou com o apoio do médico ortopedista José Luiz Mikimba Pereira, ex-dirigente do Esporte Clube Comercial.

Como se vê, uma boa parte dos que lá estiveram seriam ex-isso ou ex-aquilo como o próprio ex-árbitro Lourival Pereira da Paixão, que apitou clássicos do futebol Sul-mato-grossense, em especial diversos comerários (Comercial x Operário), no mesmo estádio.

Lourival da Paixão teria dito que era uma tristeza ver a situação de abandono daquela praça esportiva -também acho uma tristeza- e ressaltou que o futebol no MS é comandado por uma pessoa que nunca usou um calção na vida para praticar esporte referindo-se ao presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira.

Ora, aqui o ex-árbitro errou feio em sua declaração ou então não conhece a história do mandatário da entidade máxima do futebol do MS enquanto jogador de futebol nas décadas de 60 e parte de 1.970.

O MORENÃO

O estádio Pedro Pedrossian, o Morenão está situado na zona sul da cidade de Campo Grande, ao lado do campus da UFMS e mesmo abandonado ainda é o maior estádio de futebol do MS.

O estádio que tem esse nome em homenagem ao governador do então Mato Grosso, na época da fundação da UFMS (UEMT-1971) Pedro Pedrossian por estar com a infraestrutura deficitária, principalmente por causa do campo desnivelado e cheio de pedregulhos, foi interditado pelo Ministério Público em 2014.

O Morenão pra quem não sabe foi inaugurado em 7 de março de 1.971 em um jogo entre Flamengo e Corinthians.

A equipe rubro-negra carioca ganhou o jogo do timão paulista por 3 a1 e o primeiro gol no estádio foi marcado pelo ponta direita Buião, do Flamengo.

Desde então, o estádio por algumas vezes mereceu atenção por parte de seus administradores, tanto que recebeu pela última vez apenas algumas melhorias em suas estruturas para receber o jogo Brasil e Venezuela, que foi realizado no dia 14 de outubro de 2009, ou seja, há quase seis anos.

O maior público no estádio foi de 38.122 torcedores em 23 de fevereiro de 1.978, quando o então temido -e hoje falido- Operário Futebol Clube, o Galo da Bandeirante venceu o Palmeiras por 2 a 0 pela série A do Brasileirão daquele ano.

Como se vê, a história do Morenão é linda em todos os aspectos, daí a necessidade urgente para que ele seja e mereça ser reestruturado; valorizado para que possa ser aberto ao público e não só receber em um ato simbólico, este abraço, que para mim, volto a repetir, foi de tamanduá.

Finalizando, em vez de o estádio Morenão receber abraços como este que foi dado de forma acanhada e fracassada como o futebol dos clubes da Capital, que tal todos, sem exceção, inclusive a classe politica e empresarial, arregaçarem as mangas e dar o início a uma campanha ampla e irrestrita, sem superfaturamento como ocorreu nos estádios para a Copa do Mundo é claro, para que ele passe por uma grande reforma e com isso venha a receber novamente, os grandes jogos, tanto estaduais como nacionais que já recebeu em épocas passadas, mas não tão distante assim.

Do mais, paz e bem, fui, mas volto, se volto…!

(*) É jornalista e integrante do SINJORGRAN (Sindicato dos Jornalistas da Grande Dourados)

Waldemar Gonçalves - Russo

Futebol: “Abraço de tamanduá no Morenão...!”

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