13/10/2013 09h34
Você talvez consiga imaginar sua vida sem muitos apetrechos tecnológicos que existem hoje. Mas certamente não se imagina vivendo em um mundo sem luz. E quando falamos em luz, difícil não pensar na lâmpada incandescente, presente na vida das pessoas desde sua disseminação comercial, no fim do século 19, por conta de Thomas Alva Edison.
O problema é que as lâmpadas incandescentes não são sustentáveis: gastam mais energia, iluminam menos e têm vida útil menor do que os produtos mais recentes – ao menos seis vezes inferior do que a das fluorescentes, por exemplo. “Elas produzem 5% luz e 95% calor. Com a sua substituição por outras tecnologias, o meio ambiente ganhará com a menor produção de calor, de CO2 e, portanto, de efeito estufa. O País ganhará economizando recursos para gerar e transmitir energia”, explica Isac Roizemblatt, diretor Técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).
A iluminação corresponde a 15% do gasto com energia elétrica em um lar brasileiro médio, segundo estudo realizado pela Eletrobrás em 2007. Esse percentual tende a ser reduzido, já que a comercialização das incandescentes tem diminuído em relação à das novas lâmpadas. Por lei, caso não atinjam maior nível de eficiência, elas deixarão o mercado brasileiro nos próximos anos.
De acordo com levantamento da Abilux, em 2011 e 2012, no Brasil, foram vendidas 300 milhões de lâmpadas incandescentes, 200 milhões de fluorescentes compactas, 90 milhões de fluorescentes tubulares, 20 milhões de halógenas e 250 mil LEDs. Considerando as vendas de 2012 e 2013 (com a estimativa de vendas até o final do ano), o número de vendas é, respectivamente, 250 milhões, 200 milhões, 90 milhões, 20 milhões e 500 mil.
Confira a seguir alguns dados sobre os tipos de lâmpadas existentes hoje no mercado.
No dia 31 de dezembro de 2010, foi publicada a Portaria Interministerial 1007, uma ação conjunta dos Ministérios de Minas e Energia; Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O documento estabelecia metas mínimas de eficiência luminosa (a relação de potencial de iluminação com consumo de energia) para as lâmpadas incandescentes e prazos para adequação, após os quais é proibida a sua comercialização.
A proibição da venda e produção de lâmpadas incandescentes com potência acima de 101 watts já começou desde junho de 2013. A partir do início de 2014, a produção de lâmpadas desse tipo com potência de 61 a 101 watts também cessará. Para a comercialização, por varejistas e atacadistas, o prazo é até 30 de junho do ano que vem. Até a metade de 2017, a proibição atingirá as lâmpadas incandescentes de qualquer potência que não se adequarem.
Mesmo que seja dada a oportunidade de melhorar a sua eficiência, no mercado já se fala em extinção desses produtos para a iluminação dos lares. A lâmpada incandescente pouco mudou desde que Thomas Edison inventou seu primeiro exemplar comercializável. O princípio desse facho é a passagem elétrica em um condutor muito fino, que se incandesce e, assim, fica iluminado.
Nem mesmo uma famosa lâmpada de Livermore, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, deve ser capaz de garantir o futuro das incandescentes. Acesa pela primeira vez em 1901, na central de bombeiros da cidade, ela só apagou devido a alguns cortes de energia – mas segue funcionando até hoje. O fato garantiu à lâmpada a presença no Livro Guinness dos Recordes e o status de atração turística no município. Até hoje, ninguém soube explicar como ela pode durar tanto tempo. (Terra)