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‘Está difícil de entender’, pondera Waldir Guerra

30/09/2013 09h12

‘Está difícil de entender’

(*) Waldir Guerra

Continua difícil entender a atitude da presidente Dilma Rousseff com seus protestos aqui no país, e inclusive nas Nações Unidas, por conta de ter sido espionada pelo governo americano. Pior. Cancelou sua visita oficial aos Estados Unidos.

Essa atitude da presidente Dilma fez com que o presidente Barack Obama fingisse se desculpar, mas depois ele desconversou e mostrou claramente que não estava dando importância ao fato. Tudo bem que isso estaria sendo considerado um golpe de marketing pelo grupo que produz a propaganda da campanha à reeleição de Dilma. Mas ela não tinha que levar em conta os outros interesses? Estou me referindo aos interesses do país. Como, por exemplo, os intercâmbios estudantis e intercâmbios culturais. E tantos outros interesses, não só de governo, mas necessidade de coisas avançadas como a própria Internet que só eles têm a propriedade e consequentemente o controle.

O que dizer das pesquisas dos americanos na área da saúde e de medicamentos, assim como em qualquer outra área da ciência? De nada adianta manter essa idiossincrasia pelos americanos própria dos socialistas e de toda esquerda, pois dependemos deles para quase tudo neste mundo globalizado.

Agora a presidente Dilma propõe na ONU criar regras universais para o uso da Internet. Bela proposta, pois seria muito bom regulamentar o uso da Internet, mas como disse nosso ídolo Garrincha: para dar certo é necessário combinar com os russos. Vou explicar…

Na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, o técnico da Seleção Brasileira na época, Vicente Feola, se dirigiu a Garrincha, um dos maiores jogadores de futebol do Brasil. A partida contra a União Soviética seria dura, os russos tinham uma das melhores seleções da época e o Brasil só se classificaria com a vitória.

Feola dirigiu-se então a Garrincha e disse: “Você pega a bola e dribla o primeiro da defesa. Quando chegar o segundo, você dribla também. Aí vai até a linha de fundo, cruza forte para trás, para o Vavá marcar.” Garrincha, que só observava enquanto o técnico lhe passava as instruções, respondeu assim: “Tudo bem, senhor Feola, mas o senhor já combinou com os russos?”

Pois é, para a presidente Dilma levar adiante essa proposta de regulamentar o uso da Internet, primeiro seria necessário combinar com os americanos, pois são os criadores da Internet e a mantêm em uso gratuitamente ao mundo inteiro.

Não sei – nem sei se alguém realmente sabe – quantos satélites os americanos têm no espaço para manter a Internet funcionando. Mais difícil ainda seria saber quantos satélites secretos eles têm girando pelo espaço. Aliás, o Brasil fez uma parceria com os americanos e lançou o seu primeiro satélite pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993. Esse satélite tinha expectativa de apenas um ano de vida útil, mas depois de vinte anos, ainda continua em operação fornecendo bons e proveitosos dados ao INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Contudo, no início do governo Lula – do qual a presidente Dilma participava – em 22 de agosto 2003 explodiu, dois dias antes da data prevista de seu lançamento, um foguete (VLS-1) parceria que o Brasil tinha com a Ucrânia matando 21 técnicos e acabando com o sonho brasileiro de colocar seus próprios satélites no espaço.

Parceria com a Ucrânia? Não teria sido melhor, então, combinar com os russos essa parceria? Sim, os russos que têm experiência com foguetes até melhor que os próprios americanos.

Verdade. Está difícil de entender porque baixar a voz pra bolivariana Venezuela, engolir sapos da Bolívia de Evo Morales, aturar boicotes dos argentinos e querer enfrentamentos com os americanos.

(*) O autor é membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário de Estado e deputado federal. E-mail [email protected]

Por: Folha de Dourados

O empresário Waldir Guerra

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