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62% das mulheres internautas brasileiras já tiveram alguma gravidez não planejada

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Planejamento familiar, conhecimento e acesso a métodos contraceptivos modernos são fundamentais para garantir a independência e dignidade das mulheres. Como reflexo de um cenário ainda longe do ideal, o índice de gravidez não planejada no Brasil continua alto e alarmante: a recente pesquisa realizada pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) em agosto e setembro de 2021, revelou que 62% das mulheres internautas (isto é, quase 2/3) já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada. Em comparação com estudo anterior, realizado em 2011 e 2021, é possível ver um aumento em relação à taxa que, antes, era de 55%[1]. Ambas estão acima da média mundial, de 40%¹. Os dados apontam, ainda, que 48% das mulheres que tiveram alguma gravidez não planejada engravidaram pela primeira vez entre os 19 a 25 anos de idade.  

“A gente fala muito sobre a importância do planejamento familiar, que vale tanto para a mulher, quanto para o homem. Uma gravidez não planejada, claro, não significa necessariamente que o filho não seja desejado — muito pelo contrário. Mas, precisamos garantir que as mulheres possam decidir quando e com quem elas querem ter filhos. A maternidade tem impacto na vida pessoal, financeira e profissional. Entre as jovens, inclusive, também pode afetar os estudos,” explica Dra. Thais Ushikusa, ginecologista, obstetra e Gerente Médica de Saúde Feminina na Bayer Brasil. “Índices altos de gravidez não planejada estão diretamente ligados ao conhecimento e acesso a métodos contraceptivos. A Bayer, como líder em saúde feminina, acredita que devemos garantir que mulheres de todo o Brasil tenham acesso a métodos modernos para poderem escolher se e quando gostariam de ser mães”.

Conhecimento é palavra-chave

Saber quais são, como funcionam e como devem ser utilizados os métodos contraceptivos disponíveis é fundamental. Isso porque os principais motivos apontados que levaram as mulheres a uma gravidez não planejada são não fazer uso de método (34%), falha do método (27%) e o uso de maneira errada (20%). Além disso, apesar de 54% das mulheres não utilizarem métodos contraceptivos quando engravidaram sem planejar, hoje, 65% destas mulheres que tiveram alguma gravidez não planejadaconcordam que se tivessem mais conhecimento sobre contraceptivos na época, poderiam ter evitado a gravidez.

“Entre os métodos contraceptivos mais comumente usados, como camisinha e pílula anticoncepcional, nenhum tem índices de falha tão altos. A pílula e a camisinha masculina, por exemplo, têm 93% e 82% de eficácia, respectivamente[2]. Isso, claro, desde que utilizados de forma correta. O que os dados revelam, então, é um possível desconhecimento. A pílula anticoncepcional deve ser tomada diariamente, sempre no mesmo horário. Alterar a regularidade reduz sua eficácia. Já a camisinha precisa ser colocada de forma correta, apenas uma (para evitar rompimento), não pode ser colocada muito tarde e precisa ser retirada logo após a relação. É importante frisar que todo método, quando utilizado de forma incorreta, aumenta os riscos de gravidez”, esclarece Dra. Maria Celeste Osório Wender, ginecologista, professora titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO, comenta sobre os impactos da gravidez não planejada no Brasil.

Segundo a pesquisa, 53% das entrevistadas aprenderam sobre contracepção com a ginecologista ou outro profissional da saúde e 27% aprenderam na escola. Além disso, 68% começaram sua vida sexual até os 18 anos e 66% não foram a uma ginecologista antes de ter a primeira relação (dentre as mulheres da classe C são 71%). A pesquisa aponta, ainda, que as mulheres que não foram ao ginecologista antes de iniciar a vida sexual não sabiam (29%) que precisavam ir a um profissional e (27%) não foram porque tinham vergonha. O levantamento também demonstrou que entre as mulheres que usam contraceptivos, 23% o fazem por conta própria (sem indicação de um especialista), 6% por indicação de um familiar, 2% amigos e 2% internet.

“A escolha do método contraceptivo deve ser sempre realizada em consultório com a devida orientação da ginecologista, pois, além de ser avaliado o método mais adequado de acordo com a saúde da mulher e seus planos familiares, as devidas orientações de como funciona, adaptações ao método e possíveis mudanças podem ser feitas de forma mais assertiva, promovendo um maior conhecimento e confiança entre as mulheres” explica Dra. Celeste.

Contraceptivos de longa ação: mais segurança e autonomia

Os métodos contraceptivos de longa ação, como DIUs hormonais, DIU de cobre e implante, têm revolucionado a contracepção e contribuído de forma positiva com o planejamento familiar das mulheres. Apesar de ainda não serem os mais utilizados, 94% das mulheres entrevistadas concordam que os métodos de longa ação trazem mais liberdade e autonomia.

“Os métodos contraceptivos de longa ação dão mais liberdade para as mulheres porque elas não precisam lembrar de utilizá-los diariamente. A colocação é simples e, no caso do DIU, desde que seja feito um acompanhamento para garantir que ele está no local correto, a mulher pode viver tranquilamente sabendo que a eficácia do método se mantém. Os métodos de longa ação têm eficácia comprovada de 99,2% a 99,9%[2] (dependendo do método). Tanto que a pesquisa mostrou que as mulheres que optam pelo contraceptivo de longa ação, a principal motivação (49%) é a segurança oferecida,” explica a Dra. Thais.

Como uma solução para evitar gestações não planejadas entre as jovens, 93% das mulheres concordam que é necessário ampliar o acesso a informações sobre métodos contraceptivos de longa ação. “A duração desses métodos varia de três a dez anos e é importante reforçar: contraceptivos de longa ação não são permanentes. Qualquer mulher pode utilizá-los, tanto as mais velhas como as mais jovens. O principal fator decisor vai ser justamente os planos familiares das mulheres: se elas não querem ter filhos nos próximos anos, os contraceptivos de longa ação são uma excelente opção. Hoje em dia, os contraceptivos de longa ação, como DIU hormonal e de cobre, já são amplamente cobertos pelos planos de saúde e disponíveis no SUS, com algumas exceções”, complementa Dra. Thais.

O estudo tinha como objetivo entender o cenário atual do Brasil em relação a gravidez não planejada, bem como o conhecimento e acesso das mulheres a métodos contraceptivos. Ao todo, mil mulheres foram ouvidas, de todas as regiões do país, das classes A, B e C, que já tenham engravidado. Ele foi realizado por meio de entrevistas online via painel de internautas, entre agosto e setembro de 2021.

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