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InícioColunista'10 de dezembro de 2025', por José Tibiriçá Martins Ferreira

’10 de dezembro de 2025′, por José Tibiriçá Martins Ferreira

José Tibiriçá Martins Ferreira (*) –

Nesta data o Distrito de ITAHUM completa 72 anos de emancipação, tornando-se um dos 08 Distritos que pertence ao Município de Dourados-MS, a partir da Lei Estadual de número 661 de 10 de dezembro de 1953, sancionada pelo Governador do Estado de Mato Grosso Fernando Corrêa da Costa.

Itahum, uma palavra de origem tupi-guarani tem o significado de pedra preta e olha que ali ainda resiste uma comunidade de indígenas ao tempo.

No sábado passado aconteceu ali o festejo de mais um aniversário, muito louvável, uma oportunidade para se resgatar a sua história.

Ali aconteceram muitos fatos que pude presenciar na minha infância, pois muitas vezes para pegar o trem com destino a Ponta Porã, Maracaju, Campo Grande, Corumbá e Bauru tinha que se dirigir a Itahum. O trem chegou em 1949, foi muito importante também para o desenvolvimento da região de Ponta Porã e Pero Juan Cavallero no Paraguai.

O trem em 1996 transitou pela primeira vez devido a sua privatização no Governo tucano – PSDB, comandado pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso para tristeza de toda população sul-mato-grossense.

Assim com a chegada da linha férrea partir de então, surgiram muitos bons acontecimentos, como a linha da Jardineira Mista trazida pelo cearense Loureiro Queiroz começando neste trajeto por Dourados/Itahum/Maracaju/Picadinha e vice versa. A maioria da população que vinha investir em Dourados, descia em Maracaju ou Itahum como os nordestinos que foram assentados na Colonia Federal de Dourados e Região.

As boiadas que vinham das estâncias pantaneiras desembarcavam neste Distrito, percorriam a estrada de chão, muitas delas pousaram em nossa propriedade Chácara São João e Penha, com 99% de gado nelore, conduzidas pelas comitivas do Zé Mariano, Zé Mato Grosso, Nê Azambuja e outros com destino aos frigorificos, principalmente de São Paulo. O material para perfuração do poço da Petrobrás na Picadinha em 1962, lembro-me que chegaram de trem e foram conduzidos por meio de transporte de caminhões.

O Expresso Rodo do sr. Romeu Targiani se deslocava da cidade de Dourados, recebia as cargas comerciais, bem como os caminhões do sr. Mário Eto, Sacadura, percorrendo a estrada poeirenta passando em frente de nossa residência. Meu pai tinha um pequeno comércio de secos e molhados chamado de Casa Brazil onde era parada para a Jardineira e outros meios de transporte como as comitivas para descanso e adquirir suprimentos para viagem.

São reminiscências do lugar onde nasci, estudei, vivi minha infância, ausentei-me por um período para estudar em outros locais. Retornei em 13 de março de 1978 a Dourados, quando a empresa Andrade Gutierrez construiu o asfalto Dourados/Vila Cerrito/Picadinha até o Distrito de Itahum.

O Progresso chegou à região, onde o agro se firmou, surgiram os assentamentos rurais que deram dignidade aos moradores e melhoria de condições de vida.

Esse progresso até incentivou o governo atual a asfaltar o acesso ao Distrito de Picadinha, inaugurado no dia 29 de novembro pelas autoridades municipais e estaduais do MS.

Dourados-MS, 10 de dezembro de 2025.

'10 de dezembro de 2025', por José Tibiriçá Martins Ferreira

(*) Advogado e produtor rural na Picadinha.

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