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Religião mulçumana não usa caixão nos enterros

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Finados – 29/10/2008

Assim como nas outras religiões, os mulçumanos douradenses celebram o ‘Dia dos Finados’ no dia 2 de novembro. Porém, devido a tradição baseada no Alcorão, livro sagrado do islamismo, para enterrar seus entes os mulçumanos não utilizam o caixão e há um local separado no cemitério público Bom Jesus para os seguidores desta religião.
 
Segundo Maruf Adassi, que morou na Palestina durante 22 anos e veio para Dourados há 38 anos, onde reside com a família e trabalha como comerciante, os mulçumanos são enterrados apenas envoltos em um manto branco, sem costura, amarrados pela cabeça e pés. “Faz parte da tradição não utilizar o caixão, nascemos sem nada e voltaremos para a terra sem nada”, explica. No cemitério Bom Jesus existem nove sepulturas de mulçumanos, sendo que apenas um deles foi enterrado utilizando caixão, devido as circunstâncias em que o corpo foi encontrado.
 
Quanto ao espaço no cemitério reservado para eles, Maruf diz que não se trata de uma tradição e que todas as religiões tem seu espaço, “apenas estamos em menor quantidade”, relata. O comerciante disse ainda que a comunidade mulçumana em Dourados diminuiu bastante. “Muitos mudaram de cidade, morreram ou voltaram para a terra natal, atualmente deve haver cerca de 30 famílias mulçumanas aqui”, afirma.
 
A religião mulçumana também conhecida como islamismo, segue a paz, a misericórdia, o perdão e a mesma verdade que Deus revelou por meio de seus profetas para toda a humanidade. Os mulçumanos seguem a risca seus costumes e a maioria nada tem a ver com os eventos extremamente graves que ficaram associados a sua fé, como as atrocidades feitas por Bin Laden.
 
“Por falta de conhecimento, muitas pessoas associam os mulçumanos com atrocidades, porém, em nenhum lugar do Alcorão está escrito que temos que matar em nome da fé. O que existem são fanáticos que cometem crimes dizendo que foi em nome da fé e da religião sendo que esta não é verdade”. “A pátria é para todos e a religião é de Deus”, revela Maruf Adassi.
 
Maruf explica que religião é uma coisa e ser religioso é outra totalmente diferente, já que alguns utilizam-se da crença para o próprio benefício. “ Não adianta nada ter uma religião só para lucrar, ou entrar na igreja e na mesquita para orar e ao sair falar mal dos outros e fazer coisas erradas, o que faz o homem são suas atitudes”, explica.
 
O comerciante disse que não terá celebração especial para o Dia dos Finados, já que não é costume. “Oramos todos os dias na mesquita, quanto aos mortos, a tradição é ler versículos do Alcorão após 40 dias do enterro”, relata. (Francielle Oliveira)
 

Fonte: Folha de Dourados

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